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Alunos de Brasília recebem medalhas de bronze no Japão

Os estudantes participaram da World Mathematics Invitational, em Fukuoka, entre os dias 15 e 19 de julho

Ana Isabel Mansur*
postado em 01/08/2019 15:26
O grupo de alunos do Colégio Logosófico Gonzalez Pecotche, escolhido para compor a delegação brasileira na World Mathematics Invitational (WMI), ganhou quatro medalhas de bronze na competição internacional. Alyssa Werneck, Felipe Quezado, José Antônio Alcântara, Lidia Paz, Luana Rosa, Rodrigo Rafik, Tauã Valentim e Thais Yuki, do 9; ano do ensino fundamental, têm entre 14 e 15 anos e foram os únicos representantes do Distrito Federal na delegação brasileira da WMI. Eles embarcaram para o Japão junto à diretora Lúcia Maria de Andrade e ao professor de matemática Vitor Taliel.
Grupo do Colégio Logosófico conquistou 4 das 8 medalhas de bronze da delegação brasileira
Os competidores foram divididos em 13 grupos de acordo com a série escolar, desde o jardim de infância até o 3; ano do ensino médio. A prova foi individual e se deu dentro de cada grupo, com cinco tipos de premiação: diamante, ouro, prata, bronze e mérito. "É legal fazer sozinha, mas todo mundo junto é sempre melhor", pondera Luana, 14 anos. Os alunos do Logosófico fizeram parte da série 9, com 102 estudantes de outros 12 países, dos quais seis ganharam medalhas de diamante, 20, de ouro, 18, de prata e 37, de bronze. O Brasil conquistou oito das medalhas de bronze distribuídas no grupo 9. Quatro foram de alunos do Logosófico: Luana, Thais, José Antonio e Felipe.

Conteúdo foi denso

Para José Antonio, o nível de dificuldade da prova foi difícil. ;O conteúdo era denso e foi complicado pelo pouco tempo de duração. Mas eu achei interessante, é uma ótima prova para quem gosta de matemática;, reflete o estudante. ;Chamou minha atenção a educação dos japoneses. Não tem lixo nem muito barulho nas ruas, o que é bem diferente do Brasil;, compara o jovem.
A diretora Lúcia e o professor Vitor acompanharam o grupo na excursão ao Japão
;Foi a terceira vez que fui ao Japão, mas a primeira competindo e sabendo falar um pouco de japonês;, conta Felipe, 15. ;Eu aprendi o básico e consegui falar algumas coisas, para pedir comida, por exemplo. A dificuldade é que são três alfabetos e eu só sei um;, diverte-se o medalhista.
Durante a prova, os competidores foram divididos em 13 grupos, de acordo com a série
A prova foi feita no segundo dia de competição, 16/7. ;A gente chegou na cidade no dia 14 e a prova foi dois dias depois. Foi um pouco difícil, não tivemos muito tempo de preparação, mas não atrapalhou porque nos preparamos aqui, antes de ir;, conta Rodrigo Rafik, 14 anos. As questões eram escritas em inglês, chinês tradicional e chinês simplificado e foram divididas em duas partes: a primeira, com 15 exercícios de múltipla escola, de raciocínio lógico, e a segunda, com 10 atividades subjetivas. ;Tivemos 40 minutos para fazer cada parte da prova, foi bem corrido;, continua o estudante. ;Todos os participantes da competição estavam enfileirados em um grande galpão e o clima era tenso.;

Saldo da viagem foi positivo

A diretora Lúcia conta que, apesar do saldo final positivo, o grupo enfrentou dificuldades ao longo da viagem. ;Foi um aprendizado para a vida, porque tivemos alguns imprevistos. Primeiro, pela nossa inexperiência em viagens internacionais. Foram 36 horas para chegar ao Japão;, enumera a professora. ;Segundo, em relação à organização da olimpíada. Ficamos em um hotel distante do local da prova. Os alunos tomavam café da manhã muito cedo e o intervalo até o almoço era distante;, continua a diretora. ;Alguns estudantes passaram mal por conta disso. A alimentação era diferente e tivemos que nos adaptar, mas essas questões administrativas foram fáceis de contornar;, reflete. ;Nós guardamos as lembranças boas e as outras, usamos como aprendizado. Esses meninos foram sensacionais, temos muito orgulho;, conclui.
Alunos foram os únicos representantes do Distrito Federal a compor a delegação brasileira
;A viagem foi muito boa porque nos mostrou a força do grupo;, destaca Lidia, 14. ;Um dos dias de competição foi extremamente estressante, até que resolvemos ir para o quarto e jogar. Passamos a tarde toda nos divertindo e conversando. Transformamos um momento ruim em uma lembrança boa;, orgulha-se a adolescente.

Para o professor Vitor Taliel, o destaque foi competir no mesmo nível dos outros países. ;Muitas vezes, temos a ideia de que o ensino no Brasil não é tão bom quanto em outros lugares. Foi especial ver que estamos competindo de igual para igual, todos os conteúdos cobrados tinham sido vistos por nós aqui, com os alunos;, comemora o docente. ;Foi muito gratificante ver que estamos fazendo certo;, conclui.

A WMI é uma iniciativa conjunta da Asian Math Sci League, Thai Talent Training Malaysia Mathematics Society e Edukultur Indonésia. O evento é realizado desde 2013 com a participação anual de milhares de estudantes em mais de 13 países.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá

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