[FOTO1]O Centro de Ensino Fundamental 5 do Gama e o Centro Educacional 416 de Santa Maria são as duas escolas do Distrito Federal selecionadas para integrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), do Ministério da Educação (MEC).
Os dois colégios já haviam sido consultados pelo Governo do Distrito Federal e aprovado a gestão compartilhada com a Polícia Militar. Com a inclusão no programa federal, porém, os colégios devem receber o modelo a ser implementado pelo MEC.
Embora o ministério ainda não tenha definido todos os detalhes do Pecim, os projetos devem ser parecidos. No entanto, as escolas do Pecim podem contar com integrantes das Forças Armadas, o que não ocorre no programa do GDF.
Recursos da União
Outra diferença importante é que os recursos para a implementação do modelo militarizado virão da União. Cada escola selecionada receberá R$ 1 milhão do MEC para implementar os novos ensino e gestão.
Aproximadamente mil profissionais foram aprovados para atuar na gestão educacional, vindos da reserva das Forças Armadas, além de policiais e bombeiros militares da ativa. O Ministério da Defesa receberá R$ 28 milhões para custear as despesas de pessoal.
Os diretores das 54 escolas escolhidas em todo o país ainda passarão por um treinamento, este ano, para que o Pecim seja iniciado em 2020.
O modelo no DF
O GDF apresentou a meta de chegar a 40 escolas com gestão compartilhada até o fim de 2022. Nove colégios já estão militarizados, com gestão compartilhada entre as secretarias de Educação e de Segurança.
Outras três escolas ; o CEF 5 do Gama, o CED 416 de Santa Maria e o CEF 1 de Riacho Fundo 2 ; aprovaram o sistema, mas as duas primeiras acabaram indicadas pelo governador Ibaneis Rocha para o Pecim.
54 escolas no projeto-piloto
O Pecim deve ser implementado em 2020 em 54 escolas localizadas em 23 estados e no Distrito Federal, segundo anunciou na quinta-feira o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Ficaram de fora Piauí, Sergipe e Espírito Santo.
Weintraub explicou que o formato de escola é "o principal programa do governo Bolsonaro", que pode "ter amplo sucesso". A pretensão é alcançar 216 unidades educacionais, 54 por ano, até 2023.
O programa vai ser implementado em 38 escolas estaduais e 16 municipais. Na Região Norte, foram selecionadas 19 unidades; na Sul, 12; e na Centro-Oeste, 10. No Nordeste foram escolhidas oito e, no Sudeste, cinco.
Ensino militar
Segundo a pasta, o objetivo desta fase do programa era alcançar escolas públicas que atendem entre 500 e mil alunos, além de áreas em situação de vulnerabilidade social e desempenho abaixo da média estadual no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Na visão do secretário de Educação Básica, Jânio Macedo, não há um modelo único de educação de qualidade. "É obrigação do Estado prover a melhor educação possível para os estudantes. E é comprovado que a educação militar provê um melhor ensino aos seus alunos. No futuro, a intenção é que não precisemos ter militares à frente dessas escolas, que o modelo aprovado comece a se replicar de uma maneira automática."
No entanto, muitos especialistas divergem dessa avaliação. De acordo com a professora de políticas educacionais da Universidade de Brasília (UnB), Catarina de Almeida, a militarização das escolas não é a solução para a melhoria do ensino.
"As escolas públicas que foram militarizadas vão ter maior rendimento porque excluem os chamados alunos-problema, aqueles com comportamento difícil e com rendimento fora do esperado. A escola deve atender a todo tipo de aluno."
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi