Ensino_EnsinoSuperior

Dirigentes da Andifes concedem entrevista sobre o Future-se

Em coletiva de imprensa, a mesa diretora da Andifes afirmou que se colocou à disposição do MEC e do ministro para discutir projeto

Ana Isabel Mansur*
postado em 17/07/2019 14:57

Após o Ministério da Educação (MEC) anunciar o lançamento do programa Future-se, a fim de autorizar verba privada em universidades federais, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) anunciou que ainda não tem posicionamento sobre a nova proposta para a gestão dos recursos das universidades.

A entidade vai avaliar todas as possíveis consequências da mudança antes de endossar ou reprovar o projeto. Além disso, deixou claro que não vai obrigar nenhum reitor a aderir ao programa. A associação demonstrou insatisfação com a falta de discussões prévias e análises conjuntas por parte do MEC antes de lançar o Future-se. Agora, a Andifes se coloca à disposição da pasta para dialogar sobre a questão.

Em coletiva de imprensa, a mesa diretora da Andifes afirmou que se colocou à disposição do MEC e do ministro para discutir projeto

Participam da coletiva Reinaldo Centoducatte, presidente da Andifes; Edward Madureira Brasil, 2; vice-presidente da Andifes, reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG); Guida Aquino, 1; suplemente da Andifes, reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac); e João Carlos Salles, 1; vice-presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Faltou discussão antes de lançar o programa

A mesa diretora da Andifes afirmou que se colocou à disposição do MEC e do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para discutir o projeto Future-se. "Convidamos o ministro para a próxima reunião de pleno, no dia 25. Não houve consulta, escuta nem participação prévia dos reitores na elaboração do projeto. Estamos dispostos a participar", afirmou o presidente da entidade, Reinaldo Centoducatte.

"Não há precedentes de projetos dessa forma, sem amadurecimento prévio dos representantes das instituições", afirmou Reinaldo. "É importante ressaltar, mesmo que o projeto não coloque em risco isso, que a Andifes defende o ensino público, gratuito e de qualidade", continuou.

[SAIBAMAIS]

"Estamos dispostos a discutir o projeto dentro da Andifes e das instituições, a fim de entender e colaborar para que o projeto possa melhorar o funcionamento e a gestão das universidades", afirmou Reinaldo. "Deixamos claro para o MEC alguns princípios e questões que são fundamentais para nós: entendemos que as universidades têm autonomia garantida pela Constituição Federal, e ela precisa ser cumprida", defendeu.

Por enquanto, Reinaldo avalia o programa como uma proposta "prematura" e ainda não há "análise adequada para adesão ou não adesão" ao programa. "Estamos dispostos a enfrentar o desafio do projeto, mas precisamos, primeiro, que algumas questões tenham indicativos de solução, como o contingenciamento de recursos e a Emenda Constitucional 95 (de teto de gastos públicos)", cobrou.

Posição da entidade ainda é indefinida

A Andifes afirmou que ainda não sabe se vai aderir à proposta, dado que não são conhecidas suas implicações. "Parece-me precipitado decidir se vamos aderir ou não a um projeto que não foi formulado ainda", afirmou João Carlos Salles, 1; vice-presidente da entidade.

"A Andifes está preocupada com essa proposta. É preciso verificar todas as situações. Então certamente eu diria que (a Andifes) não vai forçar nem obrigar os gestores das universidades a participar do projeto. A Andifes vai procurar criar consensos para mostrar os sentidos da proposta, as implicações da proposta", afirmou João Carlos Salles.

Confira a transmissão da coletiva de imprensa da Andifes ao vivo:

[VIDEO1]

*Estagiária sob supervisão de Ana Sá

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação