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Haddad: "Weintraub não é educador e só serve para mobilizar os fanáticos"

Ex-ministro da Educação, Fernando Haddad criticou a atuação de Abraham Weintraub à frente da pasta em entrevista ao Correio Braziliense

Correio Braziliense
postado em 16/06/2020 21:20
Fernando HaddadEx-ministro da Educação no governo Lula e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad afirmou, nesta terça-feira (16/6), que o atual responsável pela pasta da Educação, Abraham Weintraub, não apresentou nenhum projeto para o setor e cumpre apenas a função de "mobilizar os fanáticos do Bolsonarismo". A declaração foi feita em entrevista ao programa CB.Poder, parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília.

"O MEC, hoje, não tem um projeto para o país. Apresentou dois pseudoprojetos e nenhum dos dois prosperou", disse Haddad, referindo-se ao Future-se, que propõe o financiamento privado de universidades federais, e as escolas cívico-militares, que entrega parte da gestão de escolas públicas às Forças Armadas (assista abaixo).


"Fantasia do Bolsonaro"

"O Future-se não teve adesão de nenhuma universidade brasileira, é um fracasso total. E a escola cívico-militar é uma fantasia do Bolsonaro, que nunca vai acontecer na prática, porque o projeto dele afetava a vida de um em mil alunos brasileiros. Uma coisa sem escala suficiente para melhorar a qualidade da educação", analisou.

Segundo Haddad, Weintraub não é um educador e não tem familiaridade com a área. "É uma pessoa que fala, inclusive de áreas que não lhe dizem respeito. Ele fala do Supremo Tribunal Federal, ele fala das relações do Brasil com a China, é uma pessoa completamente deslocada", analisou.  

Saiba Mais

Candidato do PT à Presidência em 2018, Haddad acrescentou que Weintraub parece cumprir uma função no governo de Jair Bolsonaro diferente da de ministro. "Ele tem uma funcionalidade no governo, que é mobilizar os fanáticos do Bolsonarismo, que devem representar 10%, 15% da população. Ele alimenta esse espírito de fanatismo, sem rumo, que não tem nenhum propósito específico."


Defesa do impeachment

Na entrevista, Haddad defendeu a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro, devido a atos que, em sua avaliação, configuram crime de responsabilidade, como o apoio a ataques aos Poderes Legislativo e Judiciário. Além disso, Haddad disse que Bolsonaro é o responsável pelos altos números de mortes por covid-19 no país.

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