Agência France-Presse
postado em 22/04/2011 12:17
SANAA - A capital Sanaa registrou nesta sexta-feira (22/4) a maior manifestação desde o início dos protestos contra o governo, no início de janeiro, para pedir a partida imediata do presidente Ali Abdullah Saleh, que reafirmou seu compromisso com a "legitimidade constitucional".Segundo o correspondante da AFP, a multidão se estendia por cerca de quatro quilômetros no centro da capital, ao mesmo tempo em que líderes do movimento apelavam para uma greve geral a partir de sábado.
A alguns quilômetros de lá, partidários do presidente organizaram marcha por uma "sexta-feira da reconciliação".
Forças do exército e da polícia foram mobilizadas para impedir confrontos entre os dois lados.
Ao mesmo tempo, em Sanaa, o presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, insistiu em sua "legitimidade constitucional", embora tenha prometido considerar positivamente uma proposta das monarquias do Golfo, que prevê sua saída do poder, para pôr fim à crise política originada por protestos populares.
O plano do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC, da sigla em inglês) pede "a formação de um governo de unidade nacional controlado 50% pelo partido governante, 40% pela oposição e 10% por outros partidos".
"O presidente transferiria seus poderes a seu vice, e posteriormente os protestos terminariam", com a deserção de líderes militares e soldados, de acordo com um porta-voz do GCC, que preferiu não se identificar.
E "o presidente submeteria sua renúncia ao parlamento em 30 dias", com uma eleição presidencial sendo realizada em dois meses.
Saleh vem enfrentando, desde janeiro, amplos protestos exigindo sua saída, nos quais mais de 130 pessoas foram mortas em confrontos com forças de segurança e manifestantes rivais.
Chanceleres dos países vizinhos ao Iêmen, nações ricas em petróleo, mantiveram conversas na terça-feira com enviados do regime de Saleh, como parte de esforços para se chegar a um acordo no qual o veterano presidente, no poder desde 1978, renunciaria.
O encontro ocorreu dois dias depois de conversas em Riyadh entre chanceleres e representantes da oposição parlamentar iemenita, que defendem que Saleh deve deixar o cargo o mais rápido possível.
Caso aceite, Saleh terá de abrir mão do poder para seu vice em 30 dias e se aposentar, com uma eleição presidencial sendo realizada em dois meses.
Ao lado disto, membros tribais e militantes da Al-Qaeda mataram ao menos 22 pessoas, todas soldados com exceção de duas delas, e capturaram dezenas de outras em diferentes ataques em um período de 24 horas no Iêmen, informaram fontes de segurança e tribais nesta sexta-feira.
"Militantes da Al-Qaeda fizeram uma emboscada para uma patrulha militar perto de Safer (campos de petróleo), no leste da província de Marib, matando 11 soldados", afirmou um oficial da segurança em Sanaa. Os atiradores usaram metralhadoras no ataque desta sexta-feira.