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Como foi a preparação e o resgate dos meninos e treinador em caverna?

Em cerca de 72 horas, equipes resgataram os 12 meninos e o treinador, em operação que reuniu especialistas de todo o mundo. Veja a cronologia dos 18 dias de terror para os 'Javalis Selvagens'



Em uma missão sem precedentes para a Tailândia, o resgate de 12 meninos e do técnico de futebol de uma caverna inundada ao Norte da Tailândia tem todos os elementos para um roteiro cinematográfico. O complexo esquema reuniu uma equipe de 90 mergulhadores, 50 estrangeiros e 40 tailandeses. Mais de 1000 pessoas fizeram parte das equipes em um planejamento minucioso que garantiu o sucesso do resgate nesta terça-feira (10/7)

A principal missão deles era ensinar técnicas básicas de mergulho aos meninos. Mesmo sem experiência com a prática - e alguns deles nem sabia nadar -, os jovens aprenderam rapidamente o que foi possível para conseguir sair com segurança do complexo de cavernas de Tham Luang.

Mergulhadores tailandeses e estrangeiros dos SEALs da Marinha praticaram com os garotos próximo à enlameada plataforma, onde eles foram encontrados nove noites depois de entrarem na caverna, em 23 de junho. A tensão aumentou ainda mais após a morte do ex-sargento da reserva Saman Kunan, de 38 anos, que perdeu a consciência por falta de ar, pouco depois de ter levado oxigênio e suprimentos aos 12 meninos e o técnico.

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[SAIBAMAIS]Liderados por 13 mergulhadores experientes, cada menino foi acompanhado por dois adultos. Outros os aguardavam em paradas no decorrer do trajeto. Os meninos usaram máscaras que cobriam o rosto deles totalmente. Eles seguiram por todo o trajeto atados aos mergulhadores, que carregaram seus cilindros de oxigênio. Foram quilômetros de caminhos estreitos e escuros, usando apenas as cordas que foram fixadas ao longo do caminho e lanternas.

Um a um, quatro meninos emergiram no domingo (8/7), outros quatro na segunda-feira (9/7) e outros quatro mais o técnico nesta terça-feira (10/7). Cada viagem levou cerca de dez horas entre ida e volta. Hoje, no entanto, os mergulhadores conseguiram fazer o trajeto mais rapidamente, já que haviam se habituado ao caminho. Os cinco remanescentes foram retirados da caverna em menos de nove horas, segundo a imprensa internacional.

Havia muita preocupação de que os jovens tivessem um ataque de pânico, principalmente nos trechos que iam passar submersos, em condições de pouca ou nenhuma visibilidade, o que poderia causar esgotamento precipitado dos tubos de oxigênio. Para que o trajeto ocorresse de maneira calma, os socorristas optaram por fazê-los tomar doses mínimas de sedativos leves, informação confirmada pelo chefe da junta, o tailandês Prayut Chan-O-Cha.

Veja cronologia dos resgate


Dia 0 - Sábado (23/6): uma das mães alerta as autoridades depois que seu filho não voltou de um treino de futebol. Os pertences dos meninos - bicicletas e sapatos - são encontrados algumas horas depois perto da entrada da caverna. As buscas começam, mas logo são interrompidas ao cair da noite.

Dia 1 - Domingo (24/6): à noite, em razão da forte chuva, o nível de água na caverna aumenta muito. Mergulhadores são chamados.

Dia 2 - Segunda-feira (25/6): os socorristas chegam a uma primeira câmara dentro da caverna.

Dia 3 - Terça-feira (26/6): o chefe da junta Prayut Chan-O-Cha pede a "mobilização de todos" para encontrar os jovens com vida. A equipe de resgate já reúne uma centena de pessoas, incluindo dezenas de mergulhadores. A água atinge cinco metros, apesar da instalação de bombas para drenar a caverna.

Dia 4 - Quarta-feira (27/6): uma terceira zona desta rede subterrânea complexa é inundada. Mergulhadores britânicos chegam para ajudar.

Dia 5 - Quinta-feira (28/6): dezenas de soldados americanos, além de outros especialistas internacionais, chegam ao local do desaparecimento.

Dia 6 - Sexta-feira (29/6): após uma suspensão das operações de mergulho em razão do nível muito alto de água, as buscas aquáticas são retomadas. Os socorristas exploram uma nova via de acesso e lançam kits de sobrevivência, com comida e celulares.

Dia 7 - Sábado (30/6): os mergulhadores lutam contra uma água lamacenta, sem visibilidade, que limita o avanço pela entrada principal, inundada. A chuva finalmente dá uma trégua.

Dia 8 - Domingo (1;/7): os socorristas estabelecem uma base operacional dentro da caverna, a três quilômetros da entrada.

Dia 9 - Segunda-feira (2/7): os mergulhadores avançam e estimam que estão a cerca de 600 metros da área onde estão as crianças. À noite, eles retornam.

Dia 10 - Terça-feira (3/7): alimentos e medicamentos são levados ao grupo. Médicos encontram os meninos e avaliam sua capacidade para mergulhar. O bombeamento de água continua para baixar ao máximo o nível de água e tornar o resgate menos difícil.

Dia 11 - Quarta-feira (4/7): a Marinha da Tailândia divulga um segundo vídeo, mostrando as crianças, que dizem estar "bem de saúde".

Dia 12 - Quinta-feira (5/7): os socorristas ainda esperam poder, com a ajuda das bombas, reduzir o nível de água a tempo para que as crianças tenham que mergulhar pouco.

Dia 13 - Sexta-feira (6/7): Morre um ex-integrante da elite da Marinha da Tailândia, por falta de suprimento suficiente de oxigênio, após ter abastecido as crianças, semeando a dúvida quanto a uma extração sob mergulho em caráter de urgência.

Dia 14 - Sábado (7/7): "Peço desculpas a todos os pais" - carta de desculpas do jovem treinador, também preso, tornada pública pelos socorristas. Uma saída da caverna por mergulho é excluída por hora pelas autoridades, apesar de uma diminuição do nível de oxigênio.

Dia 15 - Domingo (8/7): resgate bem-sucedido de quatro crianças, cada uma escoltada por dois mergulhadores profissionais.

Dia 16 - Segunda-feira (9/7): resgate de quatro outros meninos.

Dia 17 - Terça-feira (10/7): resgate bem-sucedido das últimas quatro crianças e de seu jovem técnico. Os 13 membros do time de futebol estão, portanto, sãos e salvos.

Com informações da France Presse