Agência France-Presse
postado em 16/06/2019 20:07
Buenos Aires, Argentina ; Os serviços de energia foram restabelecidos em mais de 50% em Argentina e Uruguai, depois que um apagão deixou os dois países sem eletricidade na manhã deste domingo.
Às 15h30 locais, o serviço havia retornado para 56% dos usuários na Argentina, segundo o ministro da Energia, Gustavo Lopetegui. Já a empresa UTE, do Uruguai, informou que o serviço havia sido retomado em 75% daquele país.
Autoridades argentinas desconhecem as causas do apagão. "São falhas que acontecem com frequência. O extraordinário foi a sucessão de acontecimentos posteriores, que causou a desconexão total", disse Lopetegui em entrevista coletiva, ao explicar que a queda "acontece de forma automática, para proteger o sistema".
O corte aconteceu às 7h07 locais, devido a uma falha no sistema de transmissão desde Yacyretá, represa binacional na fronteira com o Paraguai.
"O sistema elétrico argentino é muito robusto, com capacidade de excesso tanto na geração quanto na transmissão", assinalou Lopetegui, ao comentar que a falha ocorreu em um momento de baixa demanda, "uma vez que é domingo e não faz muito calor, nem muito frio".
Esta foi a primeira vez que um apagão atingiu a totalidade de Argentina e Uruguai. No Paraguai, foram registrados cortes de energia esporádicos e localizados.
A Argentina, com 44 milhões de habitantes, e o Uruguai, com 3,4 milhões, dividem um sistema de interconexão elétrico concentrado na represa binacional de Salto Grande, localizada a cerca de 450 km de Buenos Aires e 500 km de Montevidéu.
Cidades com funcionamento reduzido
Em Buenos Aires, apesar do retorno parcial da energia, o metrô e os trens não circulavam. Alguns supermercados e lojas abriram com o auxílio de geradores. Os centros de saúde funcionaram normalmente.
O domingo foi de forte chuva nas capitais argentina e uruguaia. Na Argentina, hoje se comemora o Dia dos Pais e os restaurantes esperavam uma grande clientela.
"Isso nos matou", lamentou o dono de um estabelecimento popular no bairro de Boedo, onde, ao meio-dia, a luz ainda não havia voltado.
"Optamos por abrir porque precisamos trabalhar, mas, logo cedo, perdemos sete ou oito mesas de clientes que se levantaram e foram embora porque não podemos fazer café nem pão", comentou Carlos Arce, dono de uma padaria em Córdoba, segunda maior cidade argentina.
Também neste domingo eram realizadas na Argentina eleições para governador em quatro províncias, e eleitores chegaram a votar à luz de velas.