postado em 23/07/2019 04:22
O Universo é uma tapeçaria de aglomerados de galáxias e vastos espaços vazios. Em um estudo publicado no Astrophysical Journal, pesquisadores do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí (IfA) revelam mais sobre parte dessa grande estrutura cósmica que cerca a Via Láctea. A equipe, liderada por Brent Tully, mapeou o tamanho e a forma de uma extensa região desabitada chamada de Vazio Local, que faz fronteira com a nossa galáxia. Usando observações dos movimentos da Via Láctea, eles inferem a distribuição da massa responsável por essa movimentação e constroem mapas tridimensionais do universo local.
As galáxias não apenas se movem com a expansão geral do Universo, mas também respondem ao puxão gravitacional de seus vizinhos e de regiões com muita massa. Como consequência, eles se dirigem às áreas mais densas e distantes das regiões com pouca massa ; os vazios.
Embora vivamos em uma metrópole cósmica, em 1987, Tully e Richard Fisher observaram que a Via Láctea também está à beira de uma extensa região vazia que eles chamavam de Vazio Local. A existência dessa área tem sido amplamente aceita, mas permaneceu pouco estudada, porque ela fica atrás do centro de nossa galáxia e, portanto, está fortemente longe de nossa visão.
Fronteira
Agora, Tully e sua equipe mediram os movimentos de 18 mil galáxias, construindo um mapa cosmográfico que destaca o limite entre a presença e a ausência de matéria que definem a fronteira do Vazio Local. Eles usaram a mesma técnica, em 2014, para identificar a extensão total do nosso lar superaglomerado de mais de 100 mil galáxias, dando-lhe o nome de Laniakea, que significa ;céu imenso; em havaiano.
As representações do vazio podem ser conferidas em um vídeo (https://vimeo.com/326346346) e, alternativamente, com um modelo interativo (https://sketchfab.com/3d-models/cosmography-of-the-local- void-versus-nam-orbits-f0a44df256aa4faf93391887d66010e2). Com o modelo interativo, o espectador pode deslocar, aplicar zoom, girar e pausar / ativar a evolução temporal do movimento ao longo das órbitas, mostradas em um quadro de referência que remove a expansão geral do universo. O que se vê são os desvios da expansão cósmica causada pelas interações das fontes locais de gravidade.