Ao menos 56 pessoas morreram em um tumulto registrado nesta terça-feira (7), em Kerman, ao sudeste do Irã, onde é celebrado o funeral do general Qassem Soleimani, acompanhado de milhares de iranianos - informaram fontes oficiais.
De acordo com o chefe do Instituto Médico Legal de Kerman, Abbas Amian, "mais de 50 pessoas morreram".
Já a agência Isna, citando o chefe do serviço de emergência da cidade Mohammad Sabéri, 212 pessoas ficaram feridas, "incluindo um pequeno número em estado grave".
O diretor do hospital Bahonar, no centro da cidade, informou que recebeu 13 corpos. Uma família em luto esperava no hall, onde uma lista de nomes de vítimas foi afixada.
O funeral do general Qasem Soleimani, comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária, reuniu milhares de pessoas. “Abaixo os Estados Unidos, morte à América” e “Vingança”, gritava a multidão, em meio a cartazes com fotos do militar assassinado pelos EUA logo após desembarcar em Bagdá, na madrugada de sexta-feira.
Uma imagem carregada de simbolismo viralizou nos sites e agências de notícias: ao fazer uma prece diante dos caixões de Soleimani e de Abu Mehdi Al-Muhandis (vice-chefe da milícia iraquiana Hashd Al-Shaabi), o aiatolá Ali Khamenei, guia supremo do Irã, foi flagrado derramando lágrimas.
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, emitiu um alerta ao homólogo norte-americano, Donald Trump: “Nunca ameace a nação iraniana!”. Em Washington, crescem as críticas em relação à legalidade do ataque a drones que matou o general, e a Câmara dos Representantes articula uma resolução para limitar as ações militares autorizadas por Trump. Os deputados pretendem exigir a interrupção das hostilidades militares do governo em relação ao Irã em um prazo de 30 dias.
A presença em Teerã de Ismail Haniyeh, líder político do movimento fundamentalista palestino Hamas, causou furor na população. Zeinab, filha de Qasem Soleimani, emocionou a multidão e fez um discurso ácido contra Washington. “Trump, estúpido, símbolo da estupidez e joguete nas mãos do sionismo (Israel), não pense que, com o martírio do meu pai, tudo terminou”, advertiu. O corpo do general será sepultado, hoje, em Kerman (sudeste), depois de uma cerimônia no santuário xiita de Qom.
Gafe
Em entrevista ao Correio, o parlamentar iraquiano Sarkawt Shamsulddin, líder do Movimento Nova Geração, denunciou uma tentativa deliberada do Pentágono de causar confusão. “O anúncio e o desmentido da retirada militar também visaram mostrar que os EUA buscam reduzir as tropas em Bagdá para evitar confrontos com milícias xiitas em áreas mais sensíveis, como a Zona Verde”, afirmou.
Com informações da Agência France-Presse
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