[SAIBAMAIS]Em um país de Primeiro Mundo, tão logo fosse estabilizado clinicamente, o paciente seria transferido para a UTI com a máxima urgência. Em caso de não disponibilidade do leito, seria removido a um outro hospital. Segundo a Constituição brasileira, a saúde é direito de todos e dever do Estado. Em tese, o cuidado à saúde é ato compulsório do governo. A família de Weverton provavelmente precisará acionar a Justiça para lhe fazer valer esse direito. Como se não bastasse a montanha-russa de emoções, os parentes de Weverton ainda precisam orar ou torcer por uma vaga na UTI. Assim como ele, a vida de tantos brasileiros depende de um sistema de saúde pública repleto de limitações de ordem estrutural e orçamentária. É quase como uma roleta-russa, em que o Estado escolhe quem tem o direito ou não de viver. Na prática, um atendimento médico de qualidade para grande parte da população não passa de utopia.
O sofrimento de Weverton nos traz lições. A sociedade precisa exigir valer os seus direitos. Cumprir o que está escrito na Constituição como se fosse regra, não exceção. Também cobrar uma cultura de paz e de amor. Exigir do Estado política de desarmamento, como forma de evitar tragédias como a que se abateu sobre ele e a família. Precisamos de mais tolerância no trânsito e no dia a dia. Respeitar o próximo. Contar até 10 antes de qualquer reação impulsiva e desmedida. Precisamos, sobretudo, entender que a vida é tesouro de valor imensurável. Precisamos ser mais humanos. Por você, por mim, por Weverton.