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Henrique Alves controlava organização criminosa mesmo preso, diz PF

Assessores e familiares de Henrique Alves recebiam ordens para ocultar bens e fraudar licitações. Investigação faz parte da Operação Lavat, deflagrada hoje (26/10) pela PF

Preso desde o 6 de junho deste ano, o ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB) continuava à frente de um esquema de ocultação e dissimulação de bens provenientes de crimes de corrupção passiva e fraude de licitações. Eduardo Alves emitia ordens a assessores e familiares de dentro da prisão, segundo investigações da Operação Lavat, deflagrada nesta quinta-feira (26/10) pela Polícia Federal (PF) com o apoio do Ministério Público Federal (MPF).

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Durante entrevista coletiva, os investigadores explicaram que o também ex-presidente da Câmara dos Deputados passou a manter duas condutas mesmo preso. "A primeira conduta era a forma que ele estava articulando com seus assessores diretos a ocultação de seus bens, com a simulação de vendas e a transferência do patrimônio para pessoas próximas, ou seja, o crime de lavagem de dinheiro. Percebemos uma segunda conduta, que era a articulação junto a prefeituras no sentido de direcionamento de licitações", afirmou o delegado Oswaldo Scalezi Júnior.

[SAIBAMAIS]A organização criminosa atuava em conjunto com empresas e prefeituras que mantinham convênios e recebiam recursos do Ministério do Turismo e do Ministério da Agricultura. As obras e serviços contratados de forma ilícita somam R$ 5,5 milhões e a polícia ainda vai investigar qual seria a porcentagem de eventual propina repassada aos participantes do esquema. As fraudes se davam por meio de direcionamento das licitações, mas serão realizadas perícias para apurar mais detalhadamente de que maneira se davam as negociações.

As provas foram obtidas por meio de delação premiada, interceptações telefônicas e dados reunidos em diligências de busca e apreensão da Operação Manus, a que resultou na prisão do ex-ministro. Hoje (26/10), cerca de 110 policiais cumpriram 22 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e dois de condução coercitiva (quando o investigado é levado a força para prestar depoimento).