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Em cenário sem Lula, Bolsonaro e Marina estão tecnicamente empatados

Deputado e ex-senadora lideram pesquisa divulgada nesta quinta-feita (28/6) pela CNI. Quando é incluído na pesquisa, o ex-presidente Lula lidera com 33% dos votos

Bernardo Bittar, Deborah Fortuna
postado em 28/06/2018 10:34
Jair Bolsonaro, 17%, está tecnicamente empatado com Marina Silva, 13%
Enquanto os partidos tentam viabilizar candidaturas fortes para a presidência da República, a última pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI-Ibope), revelada nesta quinta-feira (28/6), mostra um inesperado empate entre o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e a ex-senadora Marina Silva (Rede). Eles lideram os cenários no caso de uma eleição sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula de Silva (PT), que está preso e inelegível. O levantamento também mostra que 31% dos brasileiros deverá votar em branco ou anular sua escolha.

Durante o questionamento sobre intenção de voto, pesquisadores fizeram pergunta estimulada - onde é apresentado ao entrevistado um disco com a relação dos prováveis candidatos - sobre o cenário sem Lula. Bolsonaro, que tem 17% de aceitação e Marina Silva, com 13%, estão tecnicamente empatados no limite da margem de erro do levantamento. Os próximos são Ciro Gomes (PDT), com 8%; Geraldo Alckmin (PSDB), 6%); e Álvaro Dias (PODE), 3%.

Na pesquisa de intenção de voto com Lula, o ex-presidente lidera com 33% dos votos. Na pergunta de resposta espontânea, quando não há relação de pré-candidatos, Lula também passa na frente, com 21%.

Lula
[SAIBAMAIS]Segundo a pesquisa feita pela CNI, apesar de ocuparem os primeiros lugares do ranking, Bolsonaro e Lula também têm alta taxa de rejeição, com 32% e 31%, respectivamente entre os entrevistados. O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC) também aparece nessa lista, com 32% dos eleitores que declararam não votar "de jeito nenhum" no pré-candidato.

A pesquisa foi feita em parceria com o Ibope, entre 21 a 24 de junho deste ano, com 2 mil eleitores em 128 municípios, entre os dias 21 a 24 de junho. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O percentual de intenção de votos nulos e brancos também teve resultado elevado, segundo o CNI/Ibope. Na escolha espontânea, 31% dos eleitores votariam em uma dessas duas opções. Nos cenários com a lista de pré-candidatos, ou seja, estimulados, o voto em branco/nulo chega a 33% quando aparece o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para disputar a presidência pelo PT, e 22% em um cenário com Lula entre as opções.

Perfil do eleitor de Bolsonaro e de Marina

O eleitor do Nordeste faz mais menção ao ex-presidente Lula durante a pesquisa de intenção de voto. Essa intenção aumenta conforme diminui a renda familiar do eleitor. Já os votos em Jair Bolsonaro são mais significativas entre homens, e aqueles com até 34 anos. Ele é mais citado conforme aumenta a renda familiar do eleitor.

No caso de Marina Silva, as intenções são mais elevadas nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. No cenário sem Lula, ela ultrapassa Jair Bolsonaro entre as mulheres. Ciro Gomes (PDT) e Álvaro Dias (Podemos) são mais citados pelos eleitores com 55 anos ou mais. Sendo que o primeiro é mais forte na região Nordeste, onde empata tecnicamente com Marina pelo primeiro lugar, e o segundo tem mais força na região Sul. Já pelo PSDB, Geraldo Alckmin ganha mais força na região Sudeste.

Fernando Haddad

Sucessor de Lula?

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), aparece com 2% das intenções de voto. Ele é tratado pelos pesquisadores como o sucessor de Lula, que foi condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso do tríplex e cumpre a pena em Curitiba (PR). Embora o ex-presidente seja, até agora, a opção oficial do partido, ele deverá ser substituído por Haddad caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida impugnar sua candidatura.

Considerado fraco para a disputa ao Planalto, o presidente de Câmara, Rodrigo Maia (DEM), aparece literalmente em último lugar na pesquisa, empatado com Manuela D;Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos (PSol), João Goulart Filho (PPL), Levy Fidelix (PRTB), João Amoêdo (NOVO), Henrique Meirelles (MDB) e Flávio Rocha (PRB). Todos têm 1%.

Embora os demistas estejam sem força para encarar uma briga pelo Executivo, eles têm muito tempo de tevê disponível. O ingrediente vale ouro durante uma campanha curta e sem dinheiro, por isso, barganham o apoio com quem ainda precisa viabilizar a candidatura - como Ciro e Alckmin. Rodrigo Maia, cuja candidatura é tratada como morta, deverá sair como candidato à reeleição na Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro.

Entre as opções apresentadas aos entrevistados também estavam Aldo Rebelo (SD), Guilherme Afif (PSD), Paulo Rabello de Castro (PSC) e Valéria Monteiro (PMN). Eles não alcançaram nem 1% das intenções de votos. O nome do senador Fernando Collor (PTC) foi igualmente citado. Mas, vale lembrar, ele abandonou a disputa.

Segundo a CNI, "é importante destacar que as candidaturas à Presidência de República ainda não estão oficialmente definidas" e os cenários foram construídos com base em notícias veiculadas na imprensa e divulgadas pelos partidos.

Michel Temer

Avaliação do governo Michel Temer

A pesquisa CNI-Ibope também mediu a popularidade do governo de Michel Temer. Aproximadamente 79% das pessoas que responderam aos questionamentos sobre a gestão do emedebista a qualificaram como ruim ou péssima. Em março, a rejeição era menor, 72%. De acordo com a pesquisa, 63% dos brasileiros acreditam que o governo de Michel Temer é pior do que o de Dilma Rousseff.

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