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No monte à espera de milagre, Daciolo pode ter ponto cortado na Câmara

Deputado federal do Patriota já faltou a uma sessão deliberativa de agosto

Juliana Cipriani/Estado de Minas
postado em 23/08/2018 09:55
Em agosto, Daciolo participou de apenas uma sessão deliberativa do plenário
Dez dias depois de dizer ter certeza que tentarão matá-lo, o candidato a presidente deputado federal Cabo Daciolo (Patriota) não pediu à Polícia Federal para fazer sua segurança. Também não se licenciou do cargo na Câmara dos Deputados e pode ter o salário descontado se não apresentar justificativa aceita pela Mesa Diretora da Casa.

Daciolo apareceu com 1% das intenções de voto na pesquisa dessa quarta-feira (22) da DataFolha, que tem margem de erro de 2 pontos percentuais.
[SAIBAMAIS]O presidenciável permanece no Monte das Oliveiras, no Rio de Janeiro, segundo afirmou em uma transmissão feita por um tablet, jejuando e orando para ser eleito presidente do Brasil. Ele anunciou que só descerá de lá para ir aos debates eleitorais, por afirmou que tentarão matá-lo.

Na comunicação mais recente que fez pelas redes sociais, o candidato, que não faz campanha de rua, disse estar ;à espera de um milagre; para ser eleito.
Em agosto, Daciolo participou de apenas uma sessão deliberativa do plenário entre as cinco que já constam do Portal da Transparência, que tem dados até o dia 14. O número deve aumentar, já que o retiro no monte começou no dia 13 de agosto.

Segundo a Câmara dos Deputados, Daciolo está no exercício do mandato, já que não pediu licença para concorrer. A Casa informou que o pagamento mensal da remuneração de R$ 33.763,00 leva em conta o comparecimento às sessões deliberativas do plenário. ; A ausência não justificada a uma sessão deliberativa acarreta desconto no salário. Entretanto, o mesmo não ocorre se a falta for justificada;.

Os casos de ausência justificável não incluem o retiro no monte para a eleição. Segundo resolução da Câmara dos Deputados, são licenças para tratamento de saúde, doença ou falecimento de alguém da família, internação hospitalar ou missão autorizada pela Câmara. De acordo com a regra, o deputado tem até 30 dias para apresentar justificativa de ausência, ;exceto no caso de licença médica, cuja documentação comprobatória poderá ser apresentada a qualquer tempo;.

Segundo o vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (MDB), houve acordo para durante a campanha eleitoral a Casa fazer apenas duas sessões deliberativas por mês. Foram duas em agosto e, em setembro, serão mais duas. Como Daciolo compareceu a apenas uma reunião deliberativa no dia 8 de agosto, ele deve perder metade do salário.

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