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Bolsonaro é esfaqueado no abdome, tem hemorragia e precisa ser operado

O candidato fazia campanha no centro da cidade quando foi atacado por um homem, identificado e preso pela Polícia Federal minutos depois

Adriana Bernardes, Anderson Costolli, Deborah Fortuna, Gabriela Vinhal
postado em 06/09/2018 16:13
O candidato fazia campanha no centro da cidade quando foi atacado por um homem, identificado e preso pela Polícia Federal minutos depois O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, foi vítima de um atentado na tarde desta quinta-feira (6/9), em Juiz de Fora (MG). Bolsonaro fazia campanha no centro da cidade quando recebeu uma facada na barriga.
Fontes médicas informaram que o candidato teve hemorragia e perdeu muito sangue, precisando ser operado. A cirurgia terminou por volta das 19h20. Durante o procedimento, foi feita uma ileostomia, que forma um novo trajeto para a saída das fezes. Com isso, os dejetos vão do intestino delgado direto para uma bolsa fora do corpo, sem passar pelo intestino grosso. Seu quadro de saúde é estável.
Inicialmente, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho da vítima, disse que o ferimento havia sido superficial, mas exames posteriores mostraram que o golpe atingiu parte do fígado, do pulmão e da alça do intestino do capitão reformado do Exército. Ainda segundo Flávio, seu pai chegou ao hospital com a pressão baixa, "quase morto":
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Nos ombros de um apoiador

Bolsonaro estava nos ombros de um apoiador quando um homem se aproximou e desferiu o golpe. O deputado foi socorrido imediatamente e levado à Santa Casa da Misericórdia. Diversos vídeos circulam nas redes sociais e mostram o momento do ataque. Assista:
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Em entrevista à Globo News, Flavio afirmou que o ferimento foi superficial e que o pai não estava usando colete de proteção durante o comício, como de costume. Segundo Flávio, a Polícia Federal reconhece a "necessidade de maior atenção" na proteção nos comícios realizados por Bolsonaro.

Flávio afirmou, ainda, que o caso indica que o pai "está no caminho certo". "Esse tipo de atentado só fortalece a nossa caminhada, e serve para nós redobrarmos a atenção", completou. Ele também chegou a dizer que foi a "mão de Deus" que impediu que facada causasse maiores danos.
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Agressor foi preso

O agressor foi identificado como Adélio Bispo de Oliveira, 40 anos. Natural de Montes Claros, também em Minas Gerais. Ele foi preso pela Polícia Federal, após ser agredido por populares, assim que cometeu o atentado contra o candidato.
Nas redes sociais, o suspeito já se posicionava contra o candidato do PSL, em diversas postagens. Em seu álbum de fotografia no Facebook, há fotos deele em maniefstações contra o presidente Michel Temer e diversos ataques a Bolsonaro.
"Só m..... Ele diz que o Brasil na gestão dele será liberal para o comércio com o mundo, mas já não é hoje? o Brasil não tem um bom relacionamento comercial com o mundo todo, ou ele está sugerindo um livre comércio global onde só o Brasil abre suas fonrteiras para produtos importados? O mundo fará isso para os produtos brasileiros? E muitas m.... mais que ele fala nesta entrevista", diz Adélio, em uma de suas útlimas postagens.
Um segundo homem, suspeito de participação no atentado, foi detido pelas forças policiais na cidade, segundo a PF. O suspeito, que não teve a identidade revelada, estaria foi ouvido na Polícia Federal em Juiz de Fora. "Há informação de um segundo suspeito no caso. As investigações estão em andamento mas já temos a identificação de um provável segundo suspeito na cena do crime", disse o superintendente.

Agenda

Antes do ataque, tumultos, tensão e bate-boca marcaram a visita do presidenciável ao hospital filantrópico da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer (ASCOMCER) e também um almoço com o candidato em um hotel em Juiz de Fora, Minas Gerais, nesta quinta-feira, 6.

Pacientes idosos em tratamento contra a doença tiveram dificuldade para entrar na unidade, devido a um cordão de isolamento feito por integrantes de um movimento conservador da cidade. Vestidos de preto, eles se diziam policiais e afirmavam fazer "segurança voluntária" do candidato.
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Segundo a Polícia Federal, não é obrigatório que os candidatos políticos tenha segurança, porém, é "recomendável". A corporação confirmou ao Correio que o candidato solicitou o acompanhamento de agentes para a passeata, mas a entidade não sabia confirmar se a equipe estava acompanhado ou não o presidenciável. Mais tarde, em nota oficial, a PF se pronunciou dizendo que o candidato estava sob escolta federal. "O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município. Foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato", diz a nota.

Uma multidão se concentra na frente do hospital onde Bolsonaro está sendo atendido. Apoiadores de Bolsonaro e grupos adversários ao candidato já começam a se confrontar em frente à unidade de saúde. A Polícia Militar foi chamada para controlar a confusão.
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Repercussão

A ex-presidente do Brasil, Dilma Roussef, usou o Twitter do também ex-chefe do executivo federal, Luiz Inácio Lula da Silva para repudiar o ataque sofrido pelo presidenciável nesta tarde. "Acho lamentável. Não podemos incentivar o ódio. Quem fez isso não pode ficar impune. Isso não pode acontecer em um país democrático".
Após o ataque, os demais candidatos à Presidência, como Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (Psol) se pronunciaram sobre o ato de violência nas redes sociais. Todos deixaram as divergências no âmbito da competição eleitoral e repudiaram a atitude, afirmando que ela atenta contra a democracia brasileira. Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e João Amoêdo (Novo) também se manifestaram.
A bolsa de valores, por sua vez, .
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