Politica

Fãs pedem dinheiro de volta e criticam Roger Waters após polêmica em show

Durante o primeiro show da turnê US and Them no Brasil, o ex-baixista e vocalista da banda Pink Floyd enquadrou Jair Bolsonaro como um neofascista

Maria Eduarda Cardim - Especial para o Correio
postado em 10/10/2018 18:43
Durante o primeiro show da turnê US and Them no Brasil, o ex-baixista e vocalista da banda Pink Floyd enquadrou Jair Bolsonaro como um neofascista Após a polêmica gerada no primeiro show de Roger Waters, da turnê US and Them, em São Paulo, nesta terça-feira (9/10), alguns fãs do artista se mostraram decepcionados com a atitude do cantor durante o evento. A frustração foi causada após Waters enquadrar o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) como um neofascista. A decepção foi tanta que alguns brasileiros foram até as redes sociais do cantor para criticar seu posicionamento e até pediram o dinheiro do show visto de volta.

Uma fã que não se identificou pediu o estorno por meio de uma reclamação publicada no site Reclame Aqui, no qual consumidores se queixam e são respondidos pela empresa. A reivindicação foi feita contra o site de compra de ingressos Viagogo. No texto da reclamação, a internauta diz que o cantor ;não tem o direito de apoiar ou não qualquer candidato que seja;.

;Roger Waters resolveu apoiar o candidato que não representa a maioria da população brasileira, se intrometeu onde não foi chamado, não sabe o que diz, não vive as mazelas do nosso país e não sabe o quanto de dinheiro foi desviado dos cofres públicos;, escreveu a internauta, que se diz ofendida com o show. O post foi feito na manhã desta quarta (10/10) e, até o momento de publicação desta reportagem, não tinha sido respondido pela empresa.

Discussão na página do evento

A polêmica também gerou discussões entre internautas no Facebook. Na página do evento do show de Waters em Brasília, marcado para o próximo sábado (13/10), apoiadores do candidato do PSL criticaram a atitude do cantor inglês. "Decadência dessa...nem me pagando", postou um deles.

Outros brincaram com a venda de alguns ingressos na página. "Algum bolsominion ferido querendo vender o ingresso meia da premium? Tô interessada", publicou uma fã. No próximo sábado (13/10), o artista se apresenta em Brasília, no Estádio Mané Garrincha. O ex-baixista do Pink Floyd passará, também, por Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.

A página do próprio artista também ganhou diversas mensagens com o posicionamento de brasileiros. Em inglês, uma internauta postou: ;Você não conhece o nosso país. Jair Bolsonaro é nossa esperança. Ele não é um monstro;. Outro fã admitiu que admirava o cantor e as músicas de Waters, mas não mais. ;Por favor, fique longe dos assuntos políticos enquanto está aqui;, pediu.

Vaias e aplausos

No primeiro show da turnê US and Them no Brasil, o fundador da banda Pink Floyd, conhecido por se posicionar politicamente durante as atuações, enquadrou o candidato à presidência Jair Bolsonaro como um neofascista. Na lista, o nome de Bolsonaro aparecia ao lado de líderes como Donald Trump (Estados Unidos), Vladimir Putin (Rússia) e os premiês Viktor Orbán (Hungria) e Jaroskaw Kaczynski (Polônia).
Em outro momento, o telão exibiu a #EleNão. A reação do público foi dividida. Enquanto uns gritavam ;ele não;, outros vaiaram e tentavam conter os gritos de apoio ao movimento contra Bolsonaro.

Posicionamento político

Roger Waters é um dos fundadores da banda Pink Floyd e sempre foi conhecido pelo posicionamento político, seja nos trabalhos produzidos ou nas apresentações. A história de Waters começa marcada pela morte do avô paterno na Primeira Guerra Mundial, e do pai, que também foi morto a serviço na Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, Roger tinha apenas cinco meses.
O fato influenciou a vida profissional do artista. The Wall, disco do Pink Floyd lançado em 1979, é um exemplo. A obra explora a história verídica de Waters. As músicas contam a história de um astro de rock que perdeu o pai na guerra e aborda diversas situações a partir disso.

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