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'Por que não posso ser como Martin Luther King?', diz secretário de Damares

Sérgio Queiroz é o recém-empossado secretário da Secretaria de Proteção Global, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos

postado em 15/01/2019 13:23

foto do secretário Sérgio Queiroz e da ministra da Mulher, Damares

Em entrevista ao Universa, canal do site Uol, o recém-empossado secretário da Secretaria Nacional de Proteção Global, vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Sérgio Queiroz, comparou-se ao ativista Martin Luther King, na luta pelos direitos civis. Quando questionado se haverá uma interferência religiosa dentro da pasta, Queiroz foi respondeu: "Virei pastor em 2004 e sou servidor público desde a década de 1990. É como digo: por que não posso ser como Martin Luther King?", indagou.

Luther King foi um pastor protestante e dedicou a vida na luta pelos direitos dos negros nos Estados Unidos. Tornou-se um dos mais importantes líderes do movimento, e foi assassinado em 4 de abril de 1968. Para Queiroz, os dois se parecem pela ligação à igreja e representarem, mesmo assim, um movimento social em defesa dos direitos. "Ele era batista, da mesma denominação da qual faço parte. Foi, talvez, o que mais fez pelos direitos civis e da população negra. Para mim, o Estado é o Estado, a Igreja é a Igreja e a família é a família, e não pode haver intervenções", declarou o secretário durante a entrevista.

Natural de João Pessoa, Queiroz é graduado em Engenharia Civil, Engenharia de Segurança, Direito e Teologia. Também é mestre em Ministérios Globais e em Filosofia, e doutor em teologia em Chicago, nos Estados Unidos. Ele foi técnico judiciário da Justiça Federal, auditor fiscal do trabalho, e no ano 2000 assumiu o cargo de Procurador da Fazenda Nacional, na Paraíba. Ele também é pastor evangélico.

Apesar do trabalho ligado à religião, Queiroz descartou, ao Universa, que os assuntos da igreja irão interferir nas pautas à proteção da comunidade LGBTI%2b. E também negou qualquer risco de que o governo de Jair Bolsonaro proíba o casamento civil e união estável entre eles. E garantiu: "a questão da pasta é proteger o ser humano".

O debate sobre o trabalho do Ministério, e das secretarias ligadas à pasta, começou a ficar mais acalorado sobre o assunto após as declarações polêmicas da ministra da pasta, Damares Alves, também pastora. Na ocasião de maior repercussão nacional, Damares disse que "menino veste azul, e menina veste rosa", em uma metáfora contra ao que ela chama de ;ideologia de gênero;.

Apesar de não ter um projeto para a diminuição da violência contra os LGBTs, Queiroz disse que a pasta irá trabalhar "em conjunto com outros ministérios" para reduzir os índices de ataques contra rdds população, assim como fazer mapeamento dos locais de crime, e conscientização da sociedade civil. "Antes de sermos brancos, pretos, de esquerda, direita, heterossexuais, homossexuais, transexuais, queers, nós somos humanos", completou.

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