Colegas do Jean Wyllys lamentaram, nessa quinta-feira (24/1), a decisão do deputado do PSOL de desistir de seu terceiro mandato na Câmara. "A decisão de deixar o Brasil é sintoma deste tempo sombrio em que o ódio tomou a política", escreveu o deputado eleito e candidato à presidência da Câmara, Marcelo Freixo (PSOL-RJ).
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Já o líder do PCdoB na Câmara, Orlando Silva (SP), disse que a Casa perdeu um parlamentar "qualificado e batalhador".
Reeleito em outubro com 24.295 votos, Wyllys disse que tomou a decisão por sofrer ameaças e temer por sua vida. A informação foi antecipada pelo jornal Folha de S.Paulo e, na sequência, o parlamentar confirmou a decisão em sua conta no Twitter. "Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores", escreveu o deputado do PSOL-RJ, que conta com escolta policial e deverá deixar o País.
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também lamentou ontem a decisão tomada por Jean Wyllys. "Como presidente da Casa, e seu colega na Câmara, mesmo estando em posições divergentes no campo da ideias, reconheço a importância do seu mandato. Nenhum parlamentar pode se sentir ameaçado, ninguém pode ameaçar um deputado federal e sentir-se impune."
Jean Wyllys foi o primeiro parlamentar assumidamente gay a defender a causa LGBT no Congresso Nacional. Ele alcançou projeção nacional após vencer o reality show Big Brother Brasil, da TV Globo.
A renúncia ainda não foi oficializada. Quando confirmada, a vaga será ocupada pelo vereador no Rio David Miranda, também do PSOL.
Também na sua conta do Twitter, Wyllys deu destaque a um post de abril de 2018 com um vídeo no qual mostra ameaças de morte a ele pelas redes sociais, além de acusações de pedofilia e pornografia infantil. O vídeo ainda associa a vereadora carioca assassinada Marielle Franco, do mesmo partido de Jean Wyllys, como personalidade política que também sofreu ameaças de morte.
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Bolsonaro
Jean Wyllys e o presidente Jair Bolsonaro eram rivais declarados na Câmara dos Deputados e chegaram a protagonizar embates polêmicos na Casa. Em abril de 2016, durante a análise do processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, o parlamentar do PSOL cuspiu em Bolsonaro.
O Conselho de Ética abriu um processo para apurar o caso. Nessa quinta-feira (24/1), logo após a divulgação da desistência do deputado, Bolsonaro publicou a mensagem "grande dia" em seu Twitter. Seu filho o vereador Carlos Bolsonaro publicou minutos depois: "Vá com Deus e seja feliz".
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Freixo atacou o presidente na rede social: "Que tal você começar a se comportar como presidente da República e parar de agir como um moleque? Tenha postura". Na sequência, Bolsonaro negou que a mensagem tinha relação com Jean Wyllys. "Fake News! Referi-me à missão concluída, reuniões produtivas com Chefes de Estado, voltando ao país que amo, Bolsa batendo novo recorde na casa dos 97.000 e confiança no nosso país sendo restabelecida, isso faz de hoje um grande dia", escreveu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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