Politica

Três dos nove postulantes à Presidência do Senado renunciam candidatura

Em meio aos discursos, três senadores renunciam candidatura: Alvaro Dias (Pode-PR), Major Olímpio (PSL-SP) e Simone Tebet (MDB-MS)

Rosana Hessel
postado em 02/02/2019 16:00
foto dos postulantes da Presidência ao Senado
A segunda sessão preparatória para a eleição da Presidência do Senado teve início, neste sábado (02/02), às 11h46, sob a presidência do senador José Maranhão (MDB-PB) que foi determinada pela decisão do presidente Supremo Tribunal Federal (STF), que o voto fosse fechado. Em meio aos discursos, três senadores renunciam candidatura: Alvaro Dias (Pode-PR), Major Olímpio (PSL-SP) e Simone Tebet (MDB-MS).

Maranhão, inclusive, iniciou a sessão com o secretário-geral da mesa, Luiz Fernando Bandeira, que chegou ao cargo pelas mãos de Renan Calheiros (MDB-AL) e tinha sido retirado da mesa na véspera pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da sessão anterior, recheada de polêmica. A leitura da decisão de Toffoli foi feita pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE). A votação será realizada por cédulas, atendendo a questão de ordem solicitada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Para ser eleito, o candidato precisa receber no mínimo 41 votos ou ser o mais votado no segundo turno. Ao todo, nove senadores disputavam a presidência quando a sessão foi iniciada: Fernando Collor (Pros-AL), Reguffe (Sem partido), Ângelo Coronel (PSD;BA), Alvaro Dias (Pode-PR), Major Olímpio (PSL ;SP), Davi Alcolumbre, Renan Calheiros, Esperidião Amin (PP-SC) e Simone Tebet (MDB-MS). Simone e Amin se inscreveram hoje. Dos oito candidatos de ontem, apenas Tasso Jereissati (PSDB-CE) havia retirado a sua candidatura antes que Maranhão citasse o nome dos candidatos para discursarem.

O primeiro a discursar na tribuna foi Fernando Collor, defendeum um melhor ordenamento jurídico e a revisão do pacto federativo. ;O clamor das ruas exige resposta. Rever pacto federativo é fundamental para que estados e municípios deixem de ser humilhados e passem a ter meios adequados para sua sobrevivência. Aprofundar reformas é essencial para melhorar a eficiência da iniciativa privada;, afirmou.

Reguffe, o segundo a discursar, defendeu um Senado mais enxuto e que não pode ser ;um puxadinho do Executivo;. Ele prometeu analisar os pedidos de impedimento dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de um processo legislativo mais ágil. ;O Senado não pode ser um clube. O Senado precisa mudar, precisa ser uma instituição mais transparente e que custe muito menos ao contribuinte brasileiro;, afirmou. O senador distrital garantiu que, caso seja eleito, pautará as reformas política e tributária e disse que vai dar atenção a temas importantes para a sociedade brasileira. Ele destacou que se os demais senadores fizessem os mesmos cortes de privilégios em seus respectivos gabinetes, como ele fez e economizou R$ 16 milhões, a economia seria de R$ 1,3 bilhão. ;Um mandato pode ser digno e de qualidade, custando muito menos do que custa hoje;, disse

Na sequência, foi a vez de o senador Angelo Coronel falar na tribuna. Ele defendeu mais igualdade na distribuição das relatorias de projetos assim como mais celeridade nas reformas. O senador se estendeu por mais tempo do que os 10 minutos determinados pelo presidente e teve seu áudio cortado.

Na sequencia, Simone Tebet foi à tribuna e criticou esse método e defendeu que todos os senadores inscritos falassem o tempo necessário para concluir a defesa de suas respectivas candidaturas. A senadora defendeu mudança no regimento interno para dar mais transparência ao Senado. ;Temos que mudar aquilo que pensamos. Temos que assumir um compromisso. Não venho pedir votos aos senhores senadores que votem com a consciencia para mudar;, afirmou.

Após a senadora emedebista que lançou candidatura avulsa, Alvaro Dias fez seu discurso buscando defender a volta da credibilidade do Senado, porque renunciou sua candidatura e disse que não a medida não e uma ato de covardia, mas de ;um ato de desprendimento;. ;Ou sepultamos a velha política ou seremos nós sepultados politicamente;, declarou.

Após Simone, foi a vez dos senadores Alvaro Dias e Major Olímpio, que anunciaram a renúncia de suas respectivas candidaturas, mas não declararam voto.


Discurso


Davi Alcolumbre, apoiado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, subiu ao palco e leu um discurso tropeçando nas palavras e no qual defendeu as reformas estruturais. ;Minha candidatura é sobretudo uma forma de esperança, após ciclos de crises políticas e econômicas. Estou certo de que somos livres para recomeçar. Assim como é na vida, também é na política;, afirmou o senador de 41 anos, destacando que seria o presidente mais novo do Senado dos últimos 50 anos. ;Ele prometeu escorar sua gestão em quatro pilares: independência, transparência, austeridade e protagonismo. O senador agradeceu aos senadores que manifestaram endosso à sua candidatura e elogiou os senadores Alvaro Dias e Major Olimpio por retirarem suas respectivas candidaturas e pediu adesão da senadora Simone Tebet, que lançou sua candidatura avulsa. Assim que ele acabou o discurso, Simone pediu a palavra e anunciou a renúncia e declarou apoio ao democrata.

Esperidião Amin, que se inscreveu no dia de hoje como Simone, se apresentou como alternativa para o voto livre e consciente ;de quem quer verdadeiramente mudar;. Ele afirmou ser candidato em nome ;da liberdade e da dignidade;. Ele defendeu que tem qualidade ética e moral, além de competência, para participar de um esforço coletivo ;para tirar do chão; a política e o Parlamento. ;Quem vai mudar este país somos nós, com nossas imperfeições. Temos a obrigação de melhorar e acertar;, afirmou

Amin defendeu maior avaliação nas renúncias fiscais, que somam R$ 330 bilhões apenas no âmbito federal. ;Temos que dar a essa casa poder pela competencia para discutir o pacto federativo porque a empresa Brasil está falida. Temos que discutir relatorias;, afirmou. Ele criticou os jabutis nos projetos e melhor distribuiçao nas relatorias. ;Temos que democratizar para os que estao chegando a responsabilidade de relatar projetos fundamentais que nao respeitam partidos e os blocos, mas o escrutínio do presidente da casa. Isso não presta;, denunciou.

O último a discursar, Renan Calheiros, tentou demonstrara modéstia. ;Nunca tive ambição;, declarou ao se referir à sua candidatura à presidência do Senado. Ele defendeu a reforma da Previdência. Ele citou o enorme grau de renovação da Casa, lembrando que das 54 novos senadores que tomaram posse ontem, apenas oito foram reeleitos. ;Precisamos de pessoas que estejam dispostas a reerger o senado e deixá-lo novamente de pé;,afirmou.Durante a fala, o senador lançou várias críticas ao ministro Onyx Lorenzoni e defendeu sua candidatura com o objeitvo de barrar qualquer projeto que queira rasgar a Constituição, como a confusão que ocorreu ontem no Senado. ;Isso não passará. A democracia não pode conviver com isso. Pode viver com Onyx;, disse. Ao concluir a fala, afirmou ainda que foi reeleito ;porque costuma ser direto;. ;Muitas vezes nem falo, prefiro o silêncio. Às vezes, falam que sou mais eloquente pelo meu silêncio,; declarou ele.

Após o discurso de Renan, o senador Marcos Do Val (Rede-ES) pediu a palavra e criticou as palavras do emedibista. ;Para o que o mal triunfe, basta que o os bons não façam. senhor nao deve mais estar na presidência desta casa, porque vai envergonhar o Brasil;, disse ele, declarando apoio a Alcolumbre.

Senadores iniciaram a votação pouco depois das 15h30 enquanto populares fazem protesto contra Renan do lado de fora do Congresso. A primeira a votar foi a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP).

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