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Após votação polêmica, Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado

A disputa foi vencida pelo senador do DEM por 42 votos

Rosana Hessel
postado em 02/02/2019 11:46
A disputa foi vencida pelo senador do DEM por 42 votos
Após uma eleição recheada de polêmicas, Davi Alcolumbre foi eleito presidente do Senado Federal, com 42 votos, para os próximos dois anos. Depois da, que precisou ser adiada para este sábado (2/2), os Federal a fim de concluir a eleição da nova Mesa Diretora da 56; Legislatura, com 16 bancadas. Contudo, a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli,, atrasou o início da sessão, que estava previsto para às 11h. Saiba quem o novo presidente do Senado aqui.

Pela manhã, um grupo de senadores se reuniu para tentar valer a votação de ontem que decidiu por 50 votos a 2 pelo voto aberto na eleição da mesa. Mais cedo o senador Lasier Martins (PSD-RS) citou as articulações para garantir o voto aberto. ;Vamos nos reunir com outros senadores para discutir que alternativas vamos adotar. São várias hipoteses. O que nao abrimos mão é que o voto seja aberto ou quem assinou o abaixo assinado do voto aberto diga publicamente que vai votar em alguém que é contra o Renan (Calheiros - MDB-AL);, disse.
Renan foi escolhido pelo seu partido para concorrer à presidência do Senado pela quarta vez. Além de Renan, estão na disputa Davi Alcolumbre (DEM-AP), que é o único integrante da mesa diretora da Legislatura anterior e presidia a sessão de ontem por esse motivo. Em seu despacho, Toffoli determinou que Alcolumbre, como é candidato, se retire da presidência e o senador mais velho da Casa, José Maranhão (MDB-PB), assuma.
Segundo Martins, a obstrução é uma das hipóteses que devem ser utilizadas para o adiamento da sessão. ;Precisamos ganhar tempo. Se não conseguirmos o voto aberto hoje com garantia de fidelidade ao abaixo assinado de 50 senadores, precisamos de um tempo para adiar a votação para segunda ou terça ou quarta-feira. Não podemos abrir mão daquilo que é o clamor público .Todo mundo quer fora Renan. Vamos fazer de tudo para cumprir o que o povo esta querendo;, afirmou.
Já a oposição vai optar por cumprir a decisão do Supremo. ;Vamos pedir para que respeitem a decisão do Supremo. Não foi respeitada ontem, não é possível que desrespeitem hoje, que foi reiterada;, disse o senador Humberto Costa (PT-PE).
foto de sessão do Senado Federal para escolha do novo presidente

Para ser eleito, o candidato precisa receber no mínimo 41 votos ou ser o mais votado no segundo turno. A votação será por cédulas. Ao todo, nove senadores disputam a presidência: Fernando Collor (Pros-AL), Reguffe (Sem partido), Ângelo Coronel (PSD;BA), Alvaro Dias (Pode-PR), Major Olímpio (PSL ;SP), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Esperidião Amin (PP-SC), Renan Calheiros (MDB-AL) e Simone Tebet (MDB-MS).
Confira aqui o que disseram os candidatos em discurso no plenário. Confira ainda o discurso de Renan Calheiros, apontado como um dos favoritos. Por volta das 14h30, Álvaro Dias e Major Olímpio renunciaram à candidatura, sem dizer quem apoiam. Quinze minutos depois, Simone retirou a candidatura e declarou apoio a Alcolumbre.

Confusão

Depois de mais de cinco horas do início da sessão , os senadores recomeçaram a votação para a Presidência da Casa em cédulas, após vários parlamentares qualificarem como ;fraudulenta; a primeira votação.

Na conferência, havia 82 votos - sendo 80 envelopes e duas cédulas abertas. Após várias manifestações dos parlamentares, o presidente da mesa, o senador José Maranhão (MDB-PE) decidiu fazer nova eleição. As 82 cédulas foram trituradas e foram providenciadas 81 novas cédulas para o início da nova votação, que começou por volta das 17h25. Vários senadores mostraram a cédula e declararam o voto na primeira votação. Fato indica que algum parlamentar tentou violar o processo. Após a falha na votação, a confusão tomou conta do plenário. Os senadores discutiram se anulariam dois votos que estavam fora de envelopes ou se faziam nova eleição

Ordem do STF
A votação fechada foi determinada na madrugada de hoje pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli. Em 9 de janeiro, Toffoli já havia determinado a votação secreta para a eleição, afastando decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, que havia decidido que a escolha fosse feita com voto aberto.

MDB e Solidariedade fizeram três pedidos ao STF: que fosse assegurada a validade do regimento interno da Casa que prevê a eleição de forma secreta; que fosse anulada a votação da "questão de ordem", submetida ao plenário pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que tratava da votação aberta aos cargos da mesa diretora; e que fosse reconhecido que candidatos à Presidência do Senado Federal não possam em nenhum momento presidir reuniões preparatórias.

Renan renuncia candidatura


Uma nova eleição começou, após votos anteriores serem triturados por uma máquina de cortar papel. Essa segunda votação também foi secreta. Durante discurso em meio à segunda votação, o senador Renan Calheiros anunciou que renunciou a candidatura. Ele questionou a lisura do processo, como um todo, com desrespeito ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF), que havia determinado que a votação deveria ser fechada.

;Na primeira votação, houve um equívoco, um voto a mais, e por conta disso, e abriram o voto do PSDB para inibir quatro possibilidades que a gente tinha. Qual é a lisura e o respeito à transparência desse processo eleitoral?;, questionou.

O senador demonstrou também indignação por Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) ter declarado voto ao rival de Renan, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), apoiado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Para ele, o processo de votação foi ;deslegitimado;.

Após anunciar a renúncia de sua candidatura, Renan Calheiros (MDB-AL), deixou o Plenário e não participou da segunda votação do dia.
Confira a votação:
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