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Flávio Bolsonaro é escolhido 3º secretário da Mesa Diretora do Senado

Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos principais articuladores da eleição de Alcolumbre, argumentou que Flávio, por ser filho do presidente, não poderia ocupar um cargo com essa importância no Parlamento por questão de "bom senso"

O Senado definiu na tarde desta quarta-feira (6/2) os demais cargos da Mesa Diretora, depois da escolha, no sábado passado, de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a Presidência da Casa. Diferentemente da conturbada sessão de escolha do principal cargo, iniciada na sexta-feira e concluída só no dia seguinte, a reunião desta vez foi tranquila.

Marcado para 15h, o encontro começou às 15h54. Às 17h20, o resultado foi proclamado. Só não foi mais rápido porque vários senadores queriam falar. Renan Calheiros (MDB-AL), derrotado por Alcolumbre, não participou. Compareceram 77 dos 81 senadores. Votaram a favor da chapa única 72 parlamentares. Houve três abstenções. Dois senadores não votaram.

De acordo com a chapa apresentada após consenso entre os líderes, a Primeira Vice-Presidência é de de Antonio Anastasia (PSDB-MG). A segunda, de Lasier Martins (Pode-RS), que assinou filiação no partido ainda pela manhã, deixando o PSD. A primeira secretaria tem Sérgio Petecão (PSD-AC). A segunda, de Eduardo Gomes (MDB-TO). Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, ficará na Terceira. O quarto secretário é Luiz Carlos Heinze (PP-RS).

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos principais articuladores da eleição e Alcolumbre, apresentou uma questão de ordem contra a escolha de Flávio, com o argumento de que ele é filho do presidente não pode ocupar um cargo com essa importância no Parlamento. Ressalvou que não há impedimento legal para isso. "Não é um veto legal. É do bom senso".

Mais cedo, o senador do Amapá havia criticado em entrevistas o fato de Flávio ter assessores investigados pelo Ministério Público, por transações financeiras consideradas suspeitas. No plenário, porém, não mencionou isso. Em resposta, o parlamentar do PSL disse que a lei já o impede de disputar cargos para o Executivo, mas não essa função. A questão acabou ignorada pelo plenário.

As quatro suplências da mesa são, nesta ordem, de Marcos do Val (PPS-ES), Weverton (PDT-MA), Jacques Wagner (PT-BA) e Leila Barros, a Leila do Vôlei (PSB-DF). Embora o cargo seja o menos significativo, o senador Jorge Kajuru (PRP-GO) lembrou que era ocupado dias atrás por Alcolumbre, que de lá articulou a eleição para presidente. "Leila pode ser a nova presidente do Senado;, disse.

Comissões


O comando das comissões do Senado deverá ser resolvido oficialmente só na próxima semana. Mas já está em negociação, até como um dos componentes para a acomodação dos cargos na Mesa Diretora. A mais importante é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deverá ficar com Simone Tebet (MDB-MS). Ela perdeu a indicação do partido para ser candidata a presidente para Renan Calheiros (MDB-AL), ex-presidente da Casa. Acabou se apresentando como candidata avulsa no sábado, mas retirou a postulação, a pedido do grupo de Alcolumbre, que acabou vitorioso. O PT apoiou Renan.

Na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deverá ficar Omar Aziz (PSD-AM). Na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), Romário (Pode-RJ). A Comissão de Relações Exteriores (CRE), essencial para a aprovação das escolhas de nomes de embaixadores do Brasil no exterior, deverá ficar com o PR, mas o nome ainda não foi decidido.
Confira como ficou a formação:
1; vice-presidente
Senador Antonio Anastasia (PSDB-MG)

2; vice-presidente
Senador Lasier Martins (Pode-RS)

1; Secretário
Senador Sérgio Petecão (PSD-AC)

2; Secretário
Senador Eduardo Gomes (MDB-TO)

3; Secretário
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)

4; Secretário
Luis Carlos Heinze (PP-RS)

1; Suplência
Marcos do Val (PPS-ES)

2; Suplência
Weverton (PDT-MA)

3; Suplência
Jaques Wagner (PT-BA)

4; Suplência
Leila Barros (PSB-DF)