Bernardo Bittar
postado em 14/02/2019 13:15
Deputados do PSol protocolaram pedido para que o ministro de Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, dê explicações à Câmara dos Deputados sobre os questionamentos envolvendo uma candidatura laranja no PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Bebianno foi um dos coordenadores de campanha eleitoral do presidente e presidiu o PSL durante todo o período que antecedeu as eleições. Deixou o posto após ter sido nomeado ministro.
"A Câmara precisa receber informações sobre o que está acontecendo no governo. Está uma bateção de cabeça, um disse me disse; O governo está enfrentando dificuldades com as histórias do laranjal. Teve o caso envolvendo o motorista do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e, agora, essa história de um dinheiro enviado a uma candidata que não concorreu de fato", disse o deputado David Miranda (PSol-RJ).
David foi um dos parlamentares que assinou o requerimento, protocolado na última quarta (13/02). O documento precisa ser aprovado pelo presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) e, depois, ser colocado em votação no plenário. "Precisamos de uma explicação exata. Tentamos falar com o líder do governo (major Vitor Hugo, do PSL de Goiás) e ele não disse nada. Vamos começar a fazer pressão", complementou David.
"Não estamos falando de um raio no céu azul. Temos seis ministros investigados por corrupção. O resultado disso tudo é um estelionato eleitoral. O tema envolve as lideranças do PSL e esbarra em duas questões difíceis: o fundo partidário e a participação das mulheres. Os recursos enviados à candidata que não existe não foram encontrados até agora", disse Fernanda Melchionna (PSol-RS).
No fim de semana, o jornal Folha de S. Paulo afirmou que o PSL fez repasses de R$ 400 mil a uma candidata a deputada federal em Pernambuco que teve 274 votos, três dias antes da eleição. Dias antes, outra reportagem apontou que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), enviou verbas de campanha para quatro candidatas em Minas Gerais que também podem ser laranjas.
O presidente Bolsonaro mandou a Polícia Federal fazer investigações sobre as suspeitas, mas não especificou quantos inquéritos foram abertos. Em evento ocorrido nesta quinta (14/02) o ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou que há investigações em andamento para apurar "eventuais responsabilidades" que serão "definidas" após as apurações.