Diante da prisão do ex-presidente Michel Temer, na manhã desta quinta-feira (21/3), o Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu uma nota onde diz que espera que as prisões preventivas do emedebista e de seu ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, "tenham sido decretadas com base em fatos consistentes, respeitando o processo legal, e não apenas por especulações e delações sem provas, como ocorreu no processo do ex-presidente Lula e em ações contra dirigentes do partido;. Outras oito pessoas ligadas ao ex-chefe do executivo federal também são alvos de prisões. As detenções foram realizadas após o juiz Marcelo Bretas, da 7; Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, expedir os mandados.
A operação da Lava-Jato que culminou na prisão de Temer investigou no passado os desdobramentos da Radioatividade, na qual apurou corrupções na usina de Angra 3.
"Temer assumiu a presidência em um golpe deplorável. Sua agenda no governo levou ao aumento da desigualdade e da miséria, no entanto, é somente dentro da lei que se poderá fazer a verdadeira Justiça e punir quem cometeu crimes contra a população", diz parte da nota. Ainda segundo o partido, se ficar provado que não há nenhum crime, o Brasil estará diante de mais um "espetáculo" da Lava-Jato.
No final do texto, o PT frisa que as figuras que "movimentaram" o impeachment estão sendo descartadas pelos que realmente estavam por trás, o que, para eles, é o sistema financeiro, os representantes dos interesses estrangeiros no país. Também incluíram na lista o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e a Operação Lava-Jato, que, para o partido, travam uma luta de poder contra o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a cúpula da Procuradoria-Geral da República (PRG).
[SAIBAMAIS]
Arlete Sampaio
Para a deputada distrital Arlete Sampaio (PT-DF), em vídeo postado nas redes sociais, o poder judiciário não pode ser usado como fator de vingança. E ainda reafirma que a prisão pode ser uma retaliação do Moro para prejudicar o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é genro Moreira Franco, também preso na operação.
O questionamento da petista é em relação à crítica que Maia fez ao pacote anticrime do ministro na quarta-feira (21/3), durante entrevista a jornalistas. Rodrigo diz que Moro descumpriu um acordo ao sugerir a tramitação simultânea do projeto que visa combater com rigor a criminalidade com a reforma da Previdência. "O projeto é importante, aliás ele [Moro] está copiando o projeto do ministro Alexandre de Moraes, copia e cola, não tem nenhuma novidade. E nós vamos apensar um ao outro...", conta o democrata.