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Mourão vê possibilidade de governo dialogar indicações políticas

Seria uma mudança na articulação política do governo. Até o momento, os diálogos por indicações políticas são feitos apenas com bancadas estaduais, não partidária


O governo pode acatar o pedido de bancadas partidárias e oferecer cargos a indicados políticos nos estados ou até na ;área central;. É o que disse nesta quarta-feira (3/4) o presidente em exercício, Hamilton Mourão. Para ele, esse diálogo pode ser aberto nas reuniões que o presidente Jair Bolsonaro terá amanhã com presidentes nacionais de partidos políticos.

Seria uma mudança na articulação política do governo. Até o momento, os diálogos por indicações políticas são feitos apenas com bancadas estaduais, não partidárias. Bolsonaro se encontrará nesta quinta-feira (4/4) com presidentes de seis partidos do chamado centrão: PRB, PSD, PSDB, DEM, PP e MDB. Embora não haja uma pauta definida sobre as reuniões, Mourão acredita que as indicações políticas poderão entrar em discussão.

Para Mourão, o governo precisa ter clareza e mostrar aos partidos quais os objetivos. ;Se concordarem, gostaríamos que estivessem junto com a gente nas votações referentes a isso;, disse. Essa, para ele, deve ser a estratégia prioritária. Em segundo passo, ele avalia que Bolsonaro pode decidir por oferecer algum tipo de cargos nos estados aos partidos. ;A partir daí, no momento em que os partidos estejam concordando com o que o governo pretende fazer, é óbvio que eles vão ter algum tipo de participação, sejam em cargos nos estados, algum ministério, algo do gênero. Mas isso é decisão do presidente;, declarou.

O presidente em exercício mantém hoje uma agenda com representantes influentes de partidos do Centrão, bloco de legendas com o qual Bolsonaro se reunirá amanhã. Pela manhã, recebeu os líderes do PRB na Câmara, Jhonatan de Jesus (RR), e no Senado, Mecias de Jesus (RR), e o deputado Vinicius Carvalho (PRB-SP), vice-líder da legenda na Câmara. À tarde, ele se encontra com o deputado Fausto Pinato (PP-SP), vice-líder do bloco vencedor das eleições na Câmara.

Apesar das reuniões, Mourão afirma que não está se posicionando como um articulador político do governo. Garante que são apenas visitas de cortesia. ;Obviamente tocamos nesses temas (de interlocução política), mas não tenho nenhuma autorização ou delegação do presidente para realizar esse tipo de atividade. O presidente escalou o ministro (da Casa Civil) Onyx (Lorenzoni) e o (ministro da Secretaria de Governo) Santos Cruz para essa tarefa. Se, em algum momento julgar necessário que eu participe (das articulações), ele vai fazer;, ponderou.