O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, agradeceu os 210 votos favoráveis a manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na pasta. Sob orientação do Centrão, por 228 votos contrários, o órgão voltou às estruturas da Economia.
"Sobre a decisão da maioria da Câmara de retirar o Coaf do Ministério da Justiça, lamento o ocorrido. Faz parte do debate democrático. Agradeço aos 210 deputados que apoiaram o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o plano de fortalecimento do Coaf", afirmou Moro logo após a derrota.
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Orientaram pela volta do Coaf para a Economia: PP, MDB, PTB, PT, PL (antigo PR), PSB, PRB, PDT, DEM, SDD, PSOL, PCdoB e PSC. As lideranças da maioria, da minoria e da oposição também encaminharam a votação neste sentido.
Apesar da derrota na questão do Coaf, ontem, o governo conseguiu conter um movimento que poderia levar ao caos administrativo com a volta do número de ministérios dos atuais 22 para 29, que existiam da gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Votaram a favor de Moro, além do PSL, Podemos, Pros, Cidadania, Novo e PV. O líder do governo na Casa, major Vitor Hugo (PSL-GO), fez uma defesa enfática no plenário da Casa pela manutenção do órgão. Ele afirmou que o Estado precisa ser mais eficiente e coerente com as pautas que elegeram Bolsonaro.
"Tem vitórias que representam derrota, tem derrotas que representam vitória. Nós vencemos, vencemos", afirmou o deputado Bibo Nunes (RS), vice-líder do PSL, após o resultado.
"Beija mão"
Na terça-feira (21/5), o governo começou o dia fazendo gestos públicos ao Legislativo. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), foi ao Congresso para um "beija mão", expressão usada para exprimir respeito, aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O encontro selou o acordo para a votação da MP 870 e serviu para tentar distensionar mais um mal-estar com o presidente da Câmara. Anteontem, Maia anunciou o rompimento das relações institucionais com o líder do governo, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO).
O presidente da Casa disse que o deputado não merece respeito depois de ter divulgado uma charge na qual uma pessoa aparece chegando ao Congresso com um saco de dinheiro na cabeça com a inscrição "diálogo". O presidente da Câmara deixou de receber Vitor Hugo nas reuniões na residência oficial.
Onyx não quis comentar sobre o futuro de Vitor Hugo na função. O ministro disse que a relação entre Congresso e Planalto está "em fase de ajuste".
"Estamos em uma fase de ajuste nesta relação. Estamos em uma fase de consolidação desta nova forma de se conduzir as relações entre Executivo e Legislativo", afirmou Onyx após a reunião com os presidentes da Casa.
Alcolumbre agradeceu a deferência, mas afirmou que as divergências são naturais. "Há divergências no parlamento brasileiro? Há divergências no parlamento brasileiro. Há partidos que pensam diferentes? Há partidos que pensam diferente. O parlamento não é obrigado a ser um avalizador das matérias encaminhadas pelo governo federal. Mas nós compreendemos que o governo tem todo o direito e a legitimidade de construir sua estrutura governamental com base nesta medida provisória. E o parlamento, debruçado nesta matéria, fez e fará o quanto for necessário a reestruturação do projeto brasileiro sempre que achar necessário", afirmou o presidente do Senado.