Politica

Bolsonaro responde Merkel e diz que Brasil não será subserviente

A chanceler alemã Angela Merkel disse desejar ter uma conversa clara com o presidente brasileiro sobre o desmatamento na Amazônia

Leonardo Cavalcanti - Enviado especial
postado em 27/06/2019 06:25
Presidente Bolsonaro em Osaka, no Japão, para o encontro do G20

Osaka - Demonstrando irritação e cansaço ao desembarcar no Japão para participar do encontro do G20, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil não terá, como já fez no passado, uma relação de subserviência com qualquer país. Ele se referia a uma declaração da chanceler alemã Angela Merkel que disse desejar ter uma conversa clara com o brasileiro sobre o desmatamento.

;Nós temos exemplo para dar para a Alemanha sobre o meio ambiente. A indústria deles continua sendo de carvão e a nossa, não;, disse Bolsonaro ao chegar ao hotel St. Regis, no centro de Osaka, onde estará hospedado pelos próximos três dias. ;O presidente do Brasil que está aqui não é como os anteriores, que vieram aqui (G20) para serem advertidos. A situação aqui é de respeito para com o Brasil.; Ele não se referiu a uma situação específica de advertências anteriores.

[SAIBAMAIS]Bolsonaro, entretanto, disse que é preciso avaliar o que Merkel falou e aproveitou para criticar a imprensa. ;Eu vi o que está escrito, mas, lamentavelmente, o que a imprensa escreve não é aquilo;; Neste momento um dos jornalistas disse que a declaração de Merkel foi publicada pela imprensa alemã. ;Não interessa se é alemã, e deixa o completar o raciocínio, faz favor. Então tem de fazer a filtragem para não deixar se contaminar pela mídia escrita.;

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A declaração de Merkel teria sido uma resposta a ONGs e parlamentares alemães ligados à causas ambientais sobre acordos de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul mesmo com decisões controversas do governo brasileiro sobre o tema. A chanceler disse que não poderia frear as negociações, mas que falaria com o presidente brasileiro sobre a questão.

Durante a rápida coletiva, Bolsonaro não deu detalhes sobre o encontro bilateral que terá com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. ;Espero ter uma reunião reservada. E se é reservada é reservada.; Como pano de fundo da cúpula do G20, que ocorre nesta sexta e sábado, está a disputa comercial entre chineses e norte-americanos, com denúncias de espionagem e ;terrorismo econômico;. ;O Brasil não tem lado na questão comercial, a gente não quer que haja briga para a gente se aproveitar. Queremos a paz.;

Drogas


Bolsonaro encerrou a entrevista sem comentar a apreensão de cocaína com um segundo sargento no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) de apoio à comitiva de Bolsonaro. O militar foi preso em Sevilha - uma das paradas previstas inicialmente - pela polícia espanhola. O porta-voz da Presidência, Otávio do Rego Barros, disse que o governo está tomando todas os dados para fornecer dados para que as autoridades tomem as providências legais.;

;O presidente, o Ministério da Defesa e o Comando da Força Aérea não admitem em hipótese nenhuma procedimentos desse tipo em relação aos seus recursos humanos;, disse Rêgo Barros. ;Isso deve ser rapidamente apurada e a pessoa seja punida dentro dos trâmites legais.; As falhas na segurança, segundo o porta-voz, estão sendo verificadas a partir de inquérito policial militar sob responsabilidade da FAB. Questionado se a irritação do presidente com os repórteres tinha relação com a apreensão da droga, Rêgo Barros negou. ;Tem a ver com as 25 horas de viagem (entre Brasília e Osaka).;

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