Politica

Manifestantes pró-Moro causam confusão no Rio e SP; demais atos são mornos

Em Brasília, o protesto teve início em frente ao Congresso Nacional, onde foram inflados quatro bonecos gigantes

Bernardo Bittar, Renato Souza
postado em 30/06/2019 17:25
No Rio de Janeiro, a manifestação ocorreu em Copacabana
A presença de carros de som e de integrantes do movimento MBL na manifestação de apoio ao ministro da Justiça, Sergio Moro, na praia de Copacabana, está sendo criticada por boa parte dos apoiadores do ex-juiz e causou um pequeno tumulto que precisou da intervenção da polícia, neste domingo (30/6).

Apesar de rapidamente solucionado, o clima contra o MBL é tenso e eleitores do Bolsonaro que não fazem parte do movimento fazem questão de gritar ;traidores; e ;vendidos; ao passar pelos carros de som patrocinados pelo movimento antes liderado pelo deputado federal Kim Kataguiri.

Mais tarde, houve confusão em São Paulo. Durante o ato na Avenida Paulista, cerca de 20 integrantes do grupo Direita-SP foram até o caminhão do MBL em frente ao MASP para puxar palavras de ordem contra o grupo.

Houve um princípio de tumulto e a Polícia Militar teve que agir para evitar uma briga generalizada. Horas depois, o MBL publicou em suas redes sociais um "agradecimento" para a PM por ter agido na ocasião.

Atos pelo Brasil


Manifestantes se reuniram em algumas capitais pelo país para defender o ministro Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, e exaltar a Operação Lava-Jato. Os mais robustos foram observados em Brasília, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, mesmo sem números oficiais, que não foram fornecidos pelas polícias estaduais. Em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, as manifestações foram menores. Até por volta das 19h30, já haviam sido registrados atos em 88 cidades brasileiras, como informou o G1.

[SAIBAMAIS]Políticos filiados ao PSL, como o senador major Olímpio (SP), que esteve no ato da Avenida Paulista; a deputada Joice Hasselmann (SP), que compartilhou imagens das passeatas em Brasília e no Rio, aproveitaram a oportunidade para declarar fidelidade ao governo; e Bia Kicis (DF), vice-presidente da CCJ da Câmara dos Deputados, subiu em trios elétricos e foi aplaudida pelos presentes. As manifestações também deram luz a bandeiras como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro ; que está parado enquanto o governo luta para conseguir os votos da Previdência.

Deputada Bia Kicis é tietada em ato em Brasília

Críticas a congressistas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também estiveram presentes nas capitais brasileiras, onde o público acredita ser necessário organizar um ;corte de privilégios; mais contundente no que diz respeito a autoridades eletivas e aos integrantes do Judiciário. As manifestações foram convocadas por movimentos de direita e endossadas por aliados do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.

Sérgio Moro é pivô de uma crise instalada após a publicação de conversas privadas entre ele e o chefe dos investigadores da Lava-Jato, Deltan Dallagnol. Pelo Twitter, o ministro se pronunciou por volta de 12h com uma mensagem curta: "Eu vejo, eu ouço". A postagem compartilhava um vídeo com imagens aéreas da manifestação na orla da praia de Copacabana, na zona sul carioca.

No Rio, a manifestação começou em Copacabana e se espalhou pelas imediações da avenida Atlântica. A Polícia Militar não divulga o número de participantes. Palavras em favor de Moro e da Lava-Jato estiveram na maioria das faixas e cartazes exibidas pelo público. Há também mensagens elogiosas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e críticas à corrupção. Em alguns trechos da via, os presentes ocupam as duas pistas da avenida Atlântica.

Ato em Brasília

Em Brasília, o protesto teve início em frente ao Congresso Nacional, onde foram inflados quatro bonecos gigantes. Um deles, tradicional, veste Moro com a roupa do personagem Super-Homem ; o super-herói fictício dos quadrinhos ; e apresenta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com roupa de presidiário. Um dos infláveis uniu Lula ao ex-ministro do PT José Dirceu, condenado na Lava Jato, e o ministro do STF Gilmar Mendes. Um dos bonecos associou o Supremo ao PT, partido adversário dos bolsonaristas.

Também em Brasília, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, se juntou aos manifestantes. Ele subriu no trio, criticou o PT e fez ataques ao jornalista Glenn Greewald, do The Intercept, afirmando que ele "não goza de crédito nenhum e é tão burro que vaza informação errada;. O general Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), subiu no trio elétrico e defendeu Moro. ;Acho que é uma calhordice quererem colocar o ministro Sergio Moro na situação de julgado ao invés de ser juiz. Estão querendo inverter os papéis e transformar um herói nacional num acusado;, disse.

Na capital baiana, a manifestação ocorreu na na orla da Barra. O ponto de encontro foi o tradicional Farol da Barra, onde compareceram centenas de pessoas com roupas nas cores verde e amarelo. A caminhada se estendeu até o Morro do Cristo. De acordo com os organizadores, o público presente em cada um dos estados foi de aproximadamente 10 mil pessoas por localidade.

Posição do governo


O presidente Jair Bolsonaro parabenizou os manifestantes em publicação no Twitter. "Aos que foram às ruas hoje manifestar seus anseios, parabéns mais uma vez pela civilidade. A população brasileira mostrou novamente que tem legitimidade, consciência e responsabilidade para estar incluída cada vez mais nas decisões políticas do nosso Brasil", escreveu.

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*Com informações da Agência Estado

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