Politica

Maia acredita que capitalização ainda pode ser incluída na nova Previdência

Rodrigo Maia disse achar possível que os senadores incluam o sistema de capitalização ao analisar a PEC da reforma da Previdência

Claudia Dianni
postado em 08/08/2019 00:23
Rodrigo MaiaO presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse, ao final da votação dos destaques ao texto da Reforma da Previdência, que a economia a ser alcançada com a aprovação do texto, em dois turnos, na Câmara dos Deputados, ficou bem acima das expectativas e não descartou que o sistema de capitalização, defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, seja incluído no texto pelo Senado.

Segundo ele, esperava-se que o corte dos gastos da União com as mudanças ficasse entre R$ 500 bilhões e R$ 750 bilhões, mas acabou em R$ 933 bilhões. Ele afirmou que, com Medida Provisória 871, que combate irregularidades nos benefícios, a economia será de mais R$ 200 bilhões.

Ao final da sessão, que rejeitou os oito destaques apresentados pelos parlamentares, votados antes do texto seguir para o Senado, Maia recebeu a visita do ministro da Economia, Paulo Guedes, que esteve no plenário para cumprimentar e agradecer o presidente da Casa. Guedes afirmou ter ;a melhor expectativa possível com relação à tramitação no Senado;.

De acordo com Maia, com 500 deputados presentes na votação do segundo turno do texto original na terça-feira, a Câmara registrou a terceira votação com maior quórum da história. "Isso mostra o comprometimento com a votação, e o resultado foi a prova de uma conscientização maior em cada um dos destaques no segundo turno", disse.

Volta da capitalização

Ele afirmou estar seguro de que o Senado vai construir o que chamou de um ;bom texto; e não descartou que o tema da capitalização e a previdência dos estados e municípios possam ser reintroduzidos. "Se forem reintroduzidos, com certeza, a Câmara vai discutir novamente", afirmou. Para ele, a capitalização não avançou na Câmara porque não havia um ;texto maduro definido;. Ele acredita, porém, que um texto híbrido, que inclua uma renda mínima com o modelo de capitalização, a exemplo da proposta do PDT, pode avançar. "Se o Senado conseguir construir um texto híbrido, pode avançar lá e, com certeza, na Câmara. Se modificado no Senado, a PEC volta a tramitar na Câmara dos Deputados.

"Talvez a Previdência não seja o tema que vai fazer o Brasil crescer e gerar empregos, mas, sem reorganizar as despesas previdênciárias, nenhuma outra reforma, nenhum marco regulatório vai dar garantias e segurança para o setor privado investir. A reforma era o primeiro obstáculo", disse.

Reforma tributária

Maia disse ainda que a Câmara vai construir um texto que trate do que o governo acha que tem condições de fazer, com relação à reforma tributária, que é a unificação dos impostos federais , segundo afirmou. "Vamos abrir o diálogo para fazer uma reforma que simplifique o sistema criando um IVA nacional, e que a gente possa ter o apoio de todos como tivemos na reforma da Previdência".

"Na reforma tributária, os atores veem com muita força, porque o sistema tem muita distorção e, certamente, quem paga pouco vai passar a pagar mais. Em um sistema com distorção, quem paga menos não vão ter interesse na reforma, mas o ambiente de reforma do parlamento é definitivo e vamos, junto com o Senado, acabar com distorções, reavaliar incentivos e, principalmente, simplificar o sistema", prometeu.

Militares

Maia disse que na semana que vem será instalada a comissão que vai analisar a proposta de reforma dos militares, cujo texto está parado na Câmara dos Deputados desde março. O texto tramita na Casa separadamente em projeto de lei. Mais acredita que o texto não deve sofrer muitas modificações.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação