Politica

Presidente do PSL, Luciano Bivar, é alvo de buscas e apreensões da PF

Operação Guinhol investiga esquema de candidaturas laranjas e de desvio do fundo partidário destinado a candidaturas femininas do partido na última eleição em Pernambuco

Philipe Santos
postado em 15/10/2019 07:30

Presidente do PSL, Luciano BivarA Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta terça-feira (15/10), nove mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao presidente do PSL, Luciano Bivar. A Operação Guinhol investiga esquema de candidaturas laranjas e de desvio do fundo partidário destinado à candidaturas femininas do partido na última eleição em Pernambuco. O inquérito foi aberto a pedido do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado.


De acordo com a PF, representantes locais do PSL teriam ocultado, disfarçado e omitido movimentações de recursos financeiros oriundos do fundo partidário. ;Especialmente os destinados às candidaturas de mulheres, após verificação preliminar de informações que foram fartamente difundidas pelos órgãos de imprensa nacional;, diz a nota da corporação.

Os mandados na operação buscam provas de burla ao emprego dos recursos destinados às candidaturas de mulheres. ;Tendo em vista que ao menos 30% dos valores do Fundo Partidário deveriam ser empregados na campanha das candidatas do sexo feminino, havendo indícios de que tais valores foram aplicados de forma fictícia objetivando o seu desvio para livre aplicação do partido e de seus gestores;, conclui a PF.


O inquérito na Justiça Eleitoral investiga a prática dos crimes eleitorais e de organização criminosa. O nome da Operação Guinhol é uma referência a um marionete, personagem do teatro de fantoches criado no século 19 diante da possibilidade de candidatas terem sido utilizadas exclusivamente para movimentar transações financeiras escusas.

Crise com Bolsonaro

O PSL está em conflito com o presidente da República, Jair Bolsonaro, que é filiado ao partido. O desgaste se agravou desde que o do chefe do Executivo recomendou, há uma semana, que um apoiador ;esquecesse; a legenda, indicando que ele próprio pode tomar a decisão de sair da agremiação. "Bivar está queimado pra caramba", disse o presidente na ocasião.

Bolsonaro completa, nesta terça-feira (15/10), 19 meses e sete dias de filiação ao partido que abriu as portas para ele e os filhos nas eleições de 2018 ; e permitiu até que o clã comandasse a legenda. Nos bastidores, o presidente busca uma saída jurídica para justificar o desligamento do PSL.

Nos últimos dias, enfraquecido pelas declarações do chefe do Executivo, o deputado Luciano Bivar (PSL-PE), presidente do partido, recorreu a congressistas para defender a sigla. Lideranças da sigla na Câmara já articulam a desfiliação de alguns deputados que fizeram coro às reclamações de Bolsonaro contra o partido, ameaçando-os de expulsão se a saída não for amigável.

Defesa de Bivar e do PSL

A defesa do deputado Luciano Bivar (PE) e do partido em Pernambuco se manifestou e . Na nota, divulgada pela assessoria de Bivar, o Escritório de Ademar Rigueira, que responde pela defesa do deputado e do PSL em Pernambuco, "enfatiza que o inquérito já se estende há 10 meses, já foram ouvidas diversas testemunhas e não há indícios de fraude no processo eleitoral". Para a defesa, a "busca é uma inversão da lógica da investigação, vista com muita estranheza pelo Escritório, principalmente por se estar vivenciando um momento de turbulência política".

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