Politica

Acusado de agredir a filha, Eurípedes Júnior falta depoimento

Ex-presidente do Pros pediu suspeição do delegado que conduz o caso, alegando ser ''seu inimigo capital''

Correio Braziliense
postado em 13/01/2020 16:49
Ex-presidente do Pros é acusado de agredir a filha na sede do partido, em Planaltina de GoiásO ex-presidente do Pros, Eurípedes Júnior faltou depoimento agendado para ocorrer na tarde desta segunda-feira (13/1), na Delegacia de Atendimento a Mulher, em Planaltina de Goiás. Ele foi intimado pelo delegado Cristiomario Medeiros por supostamente ter agredido a própria filha na sede do partido.

Em uma petição enviada pela defesa, Eurípedes informa que não compareceu a oitiva por conta de um compromisso em Brasília, e diz que vai se manter em silêncio. Na peça, Eurípedes pede a suspeição do delegado, para que ele seja afastado do caso, por ser seu inimigo capital e "inclusive ter sugerido sua prisão".

O delegado Cristiomario afirmou que deve concluir o inquérito até o final da semana. "Estou atendendo o pedido dele de ser ouvido. Mas essa questão de suspeição de delegado não existe. Principalmente no meu caso. Ele diz que eu sou inimigo capital e eu não considero", afirma Medeiros.

A filha de Eurípedes, de 19 anos, está sob medida protetiva concedida pela juíza Gisele Nepomuceno, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. O agressor deve ficar a no mínimo 200 metros da vítima. Em depoimento à polícia, a garota afirmou que se encontrou com o pai no escritório dele. Chegando lá, Eurípedes pediu o carro dela, e disse que pagaria R$ 15 mil pelo automóvel. Ela contou não ter aceitado a proposta, e saído do local. No entanto, o político teria ido atrás da filha, tomado a chave do veículo e a agredido com tapas e pontapés.

A jovem afirmou ainda que foi jogada no chão por Eurípedes, e que ele levou o carro e jogou as coisas dela pela janela. A ocorrência foi registrada em Goiás e no Distrito Federal. O depoimento foi agendado pelo delegado Cristiomário Medeiros, da 11ª Delegacia Regional de Polícia de Planaltina de Goiás. No entanto, 

Eurípedes está no centro de um suposto esquema de corrupção no Pros. A Executiva Nacional do Pros decidiu, no sábado (11), destituí-lo do cargo de presidente da legenda e suspender a sua filiação por três meses. No entanto, seus advogados alegam que a remoção dele do posto não tem validade legal. 

A reunião para tratar do assunto, realizada na sede do partido, no Lago Sul, terminou em confusão, como revelou o Correio. O secretário do partido, que integra o grupo que se opõe a Eurípedes, acusou um funcionário de tentar atropelá-lo a mando do ex-dirigente.

Eurípedes foi deposto do cargo por "diversas infrações disciplinares, especialmente por desviar recursos partidários e negociar a legenda em evidente prejuízo do partido e para auferir vantagens financeiras e pessoais", de acordo com a certidão de suspensão. 

Ainda no cargo, ele foi alvo de uma série de reportagens do Correio em 2017. Na época, ele foi acusado de utilizar o dinheiro público para a compra de um helicóptero, mansões, um avião bimotor e de contratar funcionários terceirizados por meio de empresas de parentes com o dinheiro público.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags