Politica

Bolsonaro evita a imprensa após polêmica com Congresso

Pela manhã, Bolsonaro postou uma mensagem nas redes sociais, justificando o ocorrido e dizendo se tratar de mensagem de ''cunho pessoal''

Correio Braziliense
postado em 26/02/2020 17:45
Ao retornar para o Palácio da Alvorada nesta tarde, o presidente cumprimentou os apoiadores que o aguardavamApós polêmica sobre disparo de vídeo via Whatsapp, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) evitou a imprensa na chegada a Brasília nesta quarta-feira (26/2). Ele embarcou para o Guarujá, na base militar do Forte dos Andradas em São Paulo para o feriado de carnaval na última sexta-feira (21/2). Desacompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o presidente viajou com a filha de 9 anos, Laura. Ao retornar para o Palácio da Alvorada nesta tarde, o presidente cumprimentou os apoiadores que o aguardavam. Questionado sobre o compartilhamento do vídeo e sobre o primeiro caso confirmado de coronavírus no país, o presidente não concedeu entrevistas, entrou no carro e seguiu para a residência oficial.

Pela manhã, Bolsonaro postou uma mensagem nas redes sociais, justificando o ocorrido e dizendo se tratar de mensagem de “cunho pessoal”.  “Tenho 35Mi de seguidores em minhas mídias sociais, c/ notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. No Whatsapp, algumas dezenas de amigos onde trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República”, escreveu.

Na terça-feira (25/2), o chefe do Executivo compartilhou por meio do Whatsapp um vídeo com a convocação para as manifestações de 15 de março, organizada pelos seus apoiadores para supostamente defender o governo e protestar contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. De acordo com a gravação, os dois poderes fariam parte dos chamados “inimigos do Brasil”.

O vídeo mostra a facada que o presidente recebeu em Juiz de Fora, durante o período eleitoral de 2019 e diz que ele “quase morreu” para defender o país, e que agora, precisa das ruas para defendê-lo.

No texto que envia junto com a montagem, Bolsonaro escreveu: “15 de março. Gen Heleno Cap Bolsonaro. O Brasil é nosso, não dos políticos de sempre”. Ele foi chamado a lutar por nós. Ele quase morreu por nós. Ele está enfrentando a esquerda corrupta e sanguinária por nós. Ele é a nossa única esperança de dias cada vez melhores. Ele precisa de nosso apoio nas ruas. Dia 15.3 vamos mostrar a força da família brasileira”, diz um trecho da legenda do vídeo. O vídeo tem aproximadamente 1m40s e usa o hino nacional como trilha sonora. 

Também na terça-feira (25/2), Regina Duarte, que ainda não assumiu a Secretaria Especial de Cultura, endossou o coro chamando o público que a segue nas redes sociais para a manifestação contra o Congresso: “15 de março. Gen Heleno Cap Bolsonaro. O Brasil é nosso. Não dos políticos de sempre. Nas ruas”, postou. 

Na semana passada, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, deixou em evidência as rusgas com o Congresso. O militar disse que a Casa “chantageia” o governo. A crítica se referia à insatisfação com um acordo entre parlamentares e o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, sobre o controle da execução de emendas parlamentares ao orçamento. 

Ainda hoje, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) utilizou as redes sociais, mas para rebater que não autorizou o uso da imagem no vídeo e ainda defendeu o presidente:


O general Heleno postou uma nota similar:


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