Politica

Bolsonaro diz que cogita reduzir isolamento social por meio de decreto

Segundo o presidente, se o ritmo de trabalho não voltar nas próximas semanas, terá de "tomar alguma decisão"

Correio Braziliense
postado em 02/04/2020 20:22

Segundo o presidente, se o ritmo de trabalho não voltar nas próximas semanas, terá de O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na noite desta quinta-feira (2/4), que será forçado a "tomar alguma decisão" se "até semana que vem não voltar o trabalho, pelo menos gradativo". A fala ocorreu durante entrevista à rádio Jovem Pan, na qual o presidente discutiu as medidas de controle da Covid-19. 

 

"Eu tenho um projeto de decreto pronto na minha frente para ser assinado, se preciso for. Considera as atividades essenciais toda aquela exercida pelo homem ou pela mulher e através da qual seja indispensável para levar o pão para casa. Se tiver que chegar esse momento eu vou assinar", afirmou.

Ele também retomou o argumento que não adianta se proteger do novo coronavírus, que pode matar "uma minoria", e deixar "uma parcela maior morrer de fome, de depressão, de suicídio, de problemas psiquiátricos".

 

O presidente voltou a defender o isolamento vertical (apenas para pessoas do grupo de risco) para controlar a pandemia e disse que ainda não tomou nenhuma medida para retomar as atividades econômicas porque se sente "ameaçado".

"Tem ameaça de tudo para qualquer lado para cima de mim. Até buscar um afastamento, sem nenhum amparo legal para isso. Um presidente pode muito, mas não pode tudo. Temos gente poderosa em Brasilia que espera um tropeço meu. Estou esperando o povo pedir mais ", disse. 

 

Na mesma entrevista, Bolsonaro manifestou sua insatisfação com o ministro da Saúde, . "Mandetta já sabe que não estamos nos 'bicando'. Não vou demitir ele no meio da guerra. Mas eu tenho falado com ele. Em alguns momentos ele teria que ouvir um pouco mais o presidente. Tá faltando um pouco de humildade para ele. Nenhum ministro meu é indemissível", disse. 

 
Crítica aos governadores 

O presidente voltou a fazer fortes críticas aos governadores que têm decretado medidas de isolamento para conter o avanço do coronavírus, principalmente em relação ao de São Paulo, João Doria. "Com todo o respeito aos governadores, estão muito mal de porta voz, vocês sabem quem é, não precisamos desse porta voz que faz demagogia o tempo todo, que é o de São Paulo, com discursinho barato dizendo que o governo federal tem dinheiro", disse. "Eu não vou rodar moeda, porque vem inflação. Nós não queremos um caos no Brasil", continuou. 

 

O presidente também criticou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. "É ditadura esse negócio? Tem que tratar a população com respeito. Proibir o cara de ir a praia. Praia é ao ar livre", enfatizou. Por meio de decreto, o governo do estado proibiu idas à praia

 

Bolsonaro também comentou as visitas que fez a comércios em Taguatinga e Ceilândia, no Distrito Federal, no domingo. "Fui ver o povo em Ceiândia e Taguatinga.É desesperador o que a gente vê, em especial os informais. Eles levaram uma paulada no meio da testa por medidas de alguns governadores. Quem me criticou que eu fui a Ceilândia e Taguatinga. Eu vou onde o povo ta. Se eles estão contaminados vou mesmo assim", disse.

*Estagiário sob supervisão de Humberto Rezende
 

 

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