Politica

Mandetta diz que continua na Saúde: "Médico não abandona paciente"

Ministro da Saúde anunciou que continua no cargo, após reunião com Bolsonaro, Mourão e demais ministros

Correio Braziliense
postado em 06/04/2020 20:37
MandettaAplaudido ao chegar na sala onde, há semanas, atualiza os dados sobre a pandemia de Covid-19, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que continua no cargo. "Médico não abandona paciente", justificou, no começo da noite desta segunda-feira (6/4), após participar de reunião com o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão e demais ministros. 

Mandetta, porém, deixou claro que enfrenta dificuldade para combater o avanço do novo coronavírus — e que elas não estão limitadas às divergências com o presidente da República, Jair Bolsonaro. "Nós vamos continuar, porque o nosso inimigo tem nome e sobrenome: é o Covid-19. Agora, as condições dos médicos têm de melhorar”, disse. 

O ministro se mostrou muito incomodado com declarações e movimentos para questionar as ações de sua equipe. "Não temos nenhum receio da crítica construtiva. O que nós temos muita difilcudade (é quando) as críticas não vêm no sentido de construir, mas no sentido de trazer dificuldade”, desabafou.


Agradecimento à equipe

Durante o dia, a saída de Mandetta chegou a ser considerada questão de horas. Após voltar a criticá-lo no fim de semana, o presidente Bolsonaro se reuniu com dois médicos cotados para substituí-lo: o ex-ministro da Cidadania e deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e a oncologista Nise Yamagushi, defensora do uso precoce do medicamento em pacientes com Covid-19. 

reação a uma eventual demissão, porém, foi forte. Panelaços foram registrados pelo país e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia, assim como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), fizeram chegar até Bolsonaro que não aceitariam a troca de ministro durante a pandemia.

Saiba Mais

Na coletiva, Mandetta agradeceu aos , por uma definição sobre sua permanência ou não no cargo. De acordo com o ministro, as notícias levaram parte de sua equipe a se preparar para deixar a Esplanada. "Teve gente que limpou as gavetas, inclusive, me ajudou a limpar as minhas", disse.

O ministro disse ainda ser apenas um "porta-voz" de "uma equipe técnica excepcional". "Só dou alguns pequenos palpites", disse. "Quando eu deixar o ministério, vamos sair juntos e continuar trabalhando pelo país."


Próximos passos

Ainda de acordo com o ministro, o foco do trabalho é obter equipamentos médicos e respiradores para combater o avanço da Covid-19 no país. "As nossas grandes metrópoles ainda não estão preparadas para uma escalada", admitiu. 

Ainda durante a coletiva, o ministro voltou a defender que a população siga a orientação dos governos estaduais. "Enquanto não tivermos estoque de EPIs (equipamentos de proteção individual), estoque de respiradores, e possibilidade de mudarmos as recomendações, nós reforçamos que devem ser seguidas as orientações dos senhores governadores dos estados", disse. 
  

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