Politica

Após críticas, Sérgio Camargo classifica almoço com Regina como "agradável"

Encontro aconteceu com Bolsonaro no Palácio do Planalto, em meio à crise com a secretária de Cultura. Na última terça, em áudio obtido pela revista Crusoé, ela disse acreditar que estava sendo dispensada pelo presidente

Correio Braziliense
postado em 06/05/2020 14:27
Encontro aconteceu com Bolsonaro no Palácio do Planalto, em meio à crise com a secretária de Cultura. Na última terça, em áudio obtido pela revista Crusoé, ela disse acreditar que estava sendo dispensada pelo presidenteO presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, saiu no começo da tarde desta quarta-feira (6) de um almoço com o presidente Jair Bolsonaro e a secretária Especial da Cultura, Regina Duarte. À imprensa, ele classificou o almoço como "agradável" e disse que dessa vez não houve divergências com a atriz, sua chefe. "Tivemos uma boa conversa", afirmou. 

De acordo com ele, Regina apresentou seus planos e projetos, fez um discurso e em seguida eles almoçaram. Camargo disse, ainda, que sempre esteve alinhado com a secretária. "Somos do mesmo órgão. Estamos sempre alinhados", pontuou. A relação entre ele e a atriz é conturbada. O presidente da Fundação faz críticas constantes a ela em seu perfil no Twitter. No último dia 5, publicou: "Bom dia para quem acha que a Cultura deve fazer avançar a pauta da direita conservadora e executar a proposta vencedora nas urnas em 2018". 

Em outro momento, republicou uma postagem que dizia que ele é o oposto da secretária. "Sérgio é a direita que não cede, que não pede desculpas por estar certo. Regina Duarte é a típica atriz global sonsa, com fala mansa e superficial".

Assim que assumiu o cargo e fez algumas mudanças, a secretária classificou Camargo como "problema". Dias antes, Bolsonaro havia publicado uma foto ao lado de Sérgio, que no mesmo dia confirmou em uma rede social que iria ficar na presidência da fundação. Camargo já foi amplamente criticado por declarações que diminuem a luta antirracista, afirmando, por exemplo, que a "escravidão foi benéfica para os descendentes". 

Na semana passada, Bolsonaro disse que Regina tinha "dificuldades". Na ocasião, mostrou insatisfação com o fato de a secretária estar trabalhando de São Paulo. Quatro dias depois, no domingo (2), ela voltou a Brasília. A crise entre ele e Regina ficou ainda mais evidente na última terça-feira (5), quando o governo federal renomeou à presidência da Fundação Nacional das Artes (Funarte) o maestro Dante Mantovani, tirado do cargo no dia que a atriz tomou posse, em março.

No começo da noite de terça, no entanto, o governo voltou atrás e tornou sem efeito a nomeação. Mantovani causou polêmica após associar rock com sexo, drogas, aborto e satanismo. Durante a tarde, áudio obtido pela revista Crusoé apresentou uma conversa entre Regina e uma assessora. Segundo a revista, o contexto do diálogo é justamente a nomeação de Mantovani. "Que loucura isso, que loucura. Eu acho que ele está me dispensando", disse a secretária.

Na noite de terça (5), foi divulgada a agenda presidencial prevendo uma reunião com Regina e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. O nome de Camargo não estava constava na relação oficial na noite de terça. No entanto, o presidente da Fundação Palmares recebeu o convite de última hora e pareceu surpreso quando foi informado que Regina também participaria. 

"Sim, sim (fui convidado) agora há pouco. Ele me ligou, obviamente aceitei o convite", apontou a jornalistas, completando: "Não me informou nada, apenas me convidou para um almoço".

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