Politica

Bolsonaro mostra mensagens entre Moro e Carla Zambelli durante live

Pelas mensagens, Moro disse, pouco antes de pedir demissão, que não deixaria o governo se Bolsonaro voltasse atrás na exoneração de Valeixo da direção da PF

Correio Braziliense
postado em 14/05/2020 19:50

Pelas mensagens, Moro disse, pouco antes de pedir demissão, que não deixaria o governo se Bolsonaro voltasse atrás na exoneração de Valeixo da direção da PFO presidente Jair Bolsonaro comentou, durante live nesta quinta-feira (14/5), o vídeo da reunião ministerial que faz parte do inquérito que apura se houve interferência política na Polícia Federal. Para se defender das acusações de Sergio Moro, o presidente mostrou uma troca de mensagens atribuída ao ex-ministro e à deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). 

 

Na troca de mensagens, lê-se que, no dia em que o ex-ministro pediu demissão, Zambelli pediu várias vezes para conversar com Moro. Em dado momento, o então ministro da Justiça disse que, se Bolsonaro voltasse atrás na exoneração de Maurício Valeixo da direção-geral da Polícia Federal, ele não pediria demissão. "Se o PR anular o decreto de exoneração, ok", escreveu.

"Ela (Zambelli) autorizou a divulgação. Ela tentou fazer com que Sergio Moro continuasse no Ministério da Justiça. E ele dá a entender que voltaria e não falaria mais em interferência", disse Bolsonaro na live, após ressaltar que a deputada agiu sem sua autorização. 

Mais cedo, trechos das mensagens entre Carla e Moro foram divulgadas. Neles, a deputada afirmou que, se o ex-juiz deixasse o governo, o presidente Jair Bolsonaro cairia. O diálogo está registrado no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar acusações de que o presidente tentou interferir na Polícia Federal.
 

Pelas mensagens, Moro disse, pouco antes de pedir demissão, que não deixaria o governo se Bolsonaro voltasse atrás na exoneração de Valeixo da direção da PF 

Contra liberação de vídeo

O presidente também falou que a Advocaia Geral da União (AGU) pedirá para que não seja divulgado o vídeo inteiro da reunião. "São dois trechos de 30 segundos que interessam, mas eu autorizo a divulgar 20 minutos para contexto. O restante a gente vai brigar para não liberar", disse.

"Tem palavrão, porque é o meu jeito de ser e entendo que é uma reunião reservada. Não existe a palavra Policia Federal, superintendência. Eu falo sobre segurança", afirmou. 

Saiba Mais

Transcrições das falas nas reuniões liberadas pelo ministro Celso de Mello, do STF, revelam, no entanto, que Bolsonaro usa a expressão PF, sigla de Polícia Federal. "Eu não posso ser surpreendido por notícias, pô. Eu tenho a PF que não me dá informações; tenho as inteligências das Forças Armadas que não têm informações; a Abin tem seus problemas, mas tem algumas informações..."

Após reclamar da falta de informação, Bolsonaro usa a expressão interferir. "E me desculpe o serviço de informação nosso — todos — é uma vergonha, uma vergonha, eu não sou informado e não dá para trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é ameaça. Não é extrapolação da minha parte. É uma verdade", completou Bolsonaro.

 

 

 

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