Enquanto a rápida e surpreendente viagem de Abraham Weintraub para os Estados Unidos causa polêmica no Brasil, o ex-ministro da Educação segue exaltando a comida americana. Nesta terça-feira (23/6), pelo segundo dia consecutivo, o economista postou uma foto consumindo produtos de redes famosas de fast-food do país.
Weintraub postou uma foto com um copo da rede Wendy's, e escreveu que “novamente, ele tem razão!”. Apesar de não explicar a que se refere, a publicação pode ter relação com o filósofo Olavo de Carvalho — seguidores do escritor, tido como guru de Jair Bolsonaro e dos filhos, costumam dizer que "Olavo tem razão".
Novamente, ele tem razão!
%u2014 Abraham Weintraub (@AbrahamWeint)
No dia anterior, o ex-ministro colocou na rede social fotos de outras duas redes de restaurantes de fast-food estadunidenses, Taco Bell e KFC, e agradeceu quem o ajudou a chegar no país.
Agradeço a todos que me ajudaram a chegar em segurança aos EUA, seja aos que agiram diretamente (foram dezenas de pessoas) ou aos que oram por mim.
Aproveito para dizer que estou bem. Quanto à culinária internacional, ontem fiquei tentado a comer uns tacos, acabou sendo KFC.%u2014 Abraham Weintraub (@AbrahamWeint)
Patriotismo
Ao anunciar a saída do governo, Weintraub falou em patriotismo. "Nesse período eu vi um patriota, que defende os mesmos valores que eu sempre acreditei: a família, a liberdade, a honestidade, a franqueza, o patriotismo e que tem Deus no coração. Agradeço a honra que foi participar de seu governo”, disse na ocasião.
No dia seguinte à chegada nos Estados Unidos, Weintraub voltar a defender o país e publicou um vídeo no Twitter dobrando a bandeira do Brasil. Junto com a imagem, ele disse que aquele foi seu "último ato” antes de sair do MEC. "Nossa Bandeira é a liberdade! E nunca será vermelha! Todo apoio ao Presidente Jair Bolsonaro", escreveu na mensagem.
Último ato antes de sair do MEC.
%u2014 Abraham Weintraub (@AbrahamWeint)
Nossa Bandeira é a LIBERDADE!
E NUNCA será vermelha!
Todo apoio ao Presidente !
Enquanto isso no Brasil…
Ainda oficialmente na condição de integrante do primeiro escalão do Executivo, Weintraub aproveitou do passaporte diplomático ao qual tinha direito para sair às pressas do país e desembarcou no último sábado (20/6) nos Estados Unidos.
O documento perdeu a validade horas depois, quando a exoneração dele foi publicada no Diário Oficial da União. Quem esteve no Brasil recentemente está proibido de entrar nos EUA por causa da pandemia da covid-19, mas há exceções para membros do governo federal.
Nesta terça-feira (23/6), no entanto, o governo alterou a exoneração de Weintraub e colocou a sexta-feira (19/6) como a data de saída dele do governo. A Secretaria-Geral da Presidência da República justificou que o ministro havia pedido que a exoneração contasse a partir da nova data, e não mais da data da entrega da carta de demissão que, segundo o governo, só foi entregue no último sábado (20/6), quando ele já estava nos Estados Unidos.
O “jeitinho brasileiro” do ex-ministro para deixar o país, na visão de juristas ouvidos pelo Correio, pode ter representado uma "fuga" e o crime de responsabilidade, já que ele é alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), por racismo e no inquérito das fakes news.
Cotas na pós
Outra polêmica envolvendo Weintraub que ganhou um novo capítulo, nesta terça, foi o último ato dele antes de deixar o MEC. A pasta revogou, na madrugada, uma portaria do ex-ministro que dava fim a regras que incentivam o debate em relação a cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação no Brasil.
Na segunda-feira, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia mandado a Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestar em até 48 horas sobre a portaria.
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