Politica

Após fala sobre patriotismo, Weintraub exalta fast-foods dos Estados Unidos

Ex-ministro segue falando da comida norte-americana, enquanto no Brasil a exoneração dele teve a data modificada e o último ato foi revogado

Correio Braziliense
postado em 23/06/2020 13:20

Abraham Weintraub  nos Estados UnidosEnquanto a rápida e surpreendente viagem de Abraham Weintraub para os Estados Unidos causa polêmica no Brasil, o ex-ministro da Educação segue exaltando a comida americana. Nesta terça-feira (23/6), pelo segundo dia consecutivo, o economista postou uma foto consumindo produtos de redes famosas de fast-food do país.

Weintraub postou uma foto com um copo da rede Wendy's, e escreveu que “novamente, ele tem razão!”. Apesar de não explicar a que se refere, a publicação pode ter relação com o filósofo Olavo de Carvalho — seguidores do escritor, tido como guru de Jair Bolsonaro e dos filhos, costumam dizer que "Olavo tem razão".

 

 

No dia anterior, o ex-ministro colocou na rede social fotos de outras duas redes de restaurantes de fast-food estadunidenses, Taco Bell e KFC, e agradeceu quem o ajudou a chegar no país.

 

 

Patriotismo 

Ao anunciar a saída do governo, Weintraub falou em patriotismo. "Nesse período eu vi um patriota, que defende os mesmos valores que eu sempre acreditei: a família, a liberdade, a honestidade, a franqueza, o patriotismo e que tem Deus no coração. Agradeço a honra que foi participar de seu governo”, disse na ocasião.

 

No dia seguinte à chegada nos Estados Unidos, Weintraub voltar a defender o país e publicou um vídeo no Twitter dobrando a bandeira do Brasil. Junto com a imagem, ele disse que aquele foi seu "último ato” antes de sair do MEC. "Nossa Bandeira é a liberdade! E nunca será vermelha! Todo apoio ao Presidente Jair Bolsonaro", escreveu na mensagem.

 

 

Enquanto isso no Brasil…

Ainda oficialmente na condição de integrante do primeiro escalão do Executivo, Weintraub aproveitou do passaporte diplomático ao qual tinha direito para sair às pressas do país e desembarcou no último sábado (20/6) nos Estados Unidos.

 

O documento perdeu a validade horas depois, quando a exoneração dele foi publicada no Diário Oficial da União. Quem esteve no Brasil recentemente está proibido de entrar nos EUA por causa da pandemia da covid-19, mas há exceções para membros do governo federal.

 

Nesta terça-feira (23/6), no entanto, o governo alterou a exoneração de Weintraub e colocou a sexta-feira (19/6) como a data de saída dele do governo. A Secretaria-Geral da Presidência da República justificou que o ministro havia pedido que a exoneração contasse a partir da nova data, e não mais da data da entrega da carta de demissão que, segundo o governo, só foi entregue no último sábado (20/6), quando ele já estava nos Estados Unidos.

O “jeitinho brasileiro” do ex-ministro para deixar o país, na visão de juristas ouvidos pelo Correiopode ter representado uma "fuga" e o crime de responsabilidade, já que ele é alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), por racismo e no inquérito das fakes news.

 

Cotas na pós 

Outra polêmica envolvendo Weintraub que ganhou um novo capítulo, nesta terça, foi o último ato dele antes de deixar o MEC. A pasta revogou, na madrugada, uma portaria do ex-ministro que dava fim a regras que incentivam o debate em relação a cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação no Brasil.

 

Na segunda-feira, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia mandado a Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestar em até 48 horas sobre a portaria.

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