Politica

Bolsonaro: candidatos ao MEC recusam convite ao ver "problema de perto"

Presidente falou sobre processo de escolha de novo ministro da Educação após anunciar que testou positivo para covid-19

Correio Braziliense
postado em 07/07/2020 14:08
Jair BolsonaroO presidente Jair Bolsonaro disse na tarde desta terça-feira (7/7) que enfrenta dificuldades na escolha do novo ministro da Educação pelo fato de os candidatos recusarem o convite ao ver a situação do Ministério da Educação (MEC). "Tem excelentes currículo, mas quando vê o problema de perto, [que] a gente mostra para eles, uns declinam e outros pedem mais tempo para pensar. Eu gostaria de decidir hoje", disse. 

A informação foi dita pelo presidente em anúncio, transmitido pelas TV Brasil, CNN Brasil e Record, de que testou positivo para covid-19. O presidente estava com sintomas, como ele mesmo informou a apoiadores na última segunda-feira (6) à noite. Bolsonaro não quis falar o nome do favorito, mas afirmou que é de São Paulo. "Não posso falar, porque o mundo cai na cabeça desse favorito; todo mundo vai para cima dele até no que ele fez quando tinha cinco anos de idade", disse.

O presidente afirmou esperar ter mais um contato com esta pessoa ainda nesta terça-feira. Caso não dê certo, ele ressaltou que o deputado major Vitor Hugo (PSL-GO), que passou a ser cotado na última segunda-feira (6), seria uma opção de "reserva". Bolsonaro diz que temm muita confiança no deputado, que é líder do governo na Câmara, e afirma que ele tem uma capacidade grande de organização, apesar de não ser da área da educação. 

"Em poucos dias estudou o MEC, apontou os problemas, seria uma pessoa excepcional, mas vão cair em cima porque ele é major do Exército, e o pessoal acham que tem militar demais no governo", pontuou. Entre pessoas próximas do presidente, a informação é justamente essa, de que há certa resistência em nomear um militar para evitar críticas neste sentido.

O MEC está sem chefia desde a saída do ex-ministro Abraham Weintraub, anunciada no último dia 18 e publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 20, dia em que ele já havia chegado aos EUA. No dia 25, Bolsonaro anunciou que havia escolhido o professor Carlos Decotelli como novo ministro, mas ele não chegou a ser empossado. Em meio a inconsistências identificadas em seu currículo, a nomeação tornou-se sem efeito cinco dias depois.

No último domingo, o secretário de Educação do Paraná, Ricardo Feder, anunciou pelas redes sociais que estava declinando o convite que, segundo ele, feito pelo presidente na quinta-feira (2). Ele era cotado antes de Bolsonaro escolher Decotelli.
 
Pessoas próximas do presidente, no entanto, afirmam que o chefe do Executivo já havia descartado o nome de Feder pela segunda vez depois de muitas críticas e resistência por partes das alas ideológicas e militar. O secretário também estava desagradado com a fritura que vinha sofrendo por parte das alas governistas.

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