Durante reunião com o setor de serviços, ontem, Guedes disse que não desistiu nem adiou o plano de propor a criação da nova CPMF, apesar das críticas recebidas pela proposta. Ele explicou que o novo imposto vai compensar os prejuízos que o setor pode ter na primeira etapa da reforma tributária, enviada ao Congresso na terça-feira, propondo a unificação dos impostos federais que incidem sobre o consumo em uma Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS).
Hoje, o setor de serviços paga uma alíquota de cerca de 3,5%. Pela proposta do governo, ela subirá para 12%. Os empresários dizem que, diferentemente de outras áreas, a de serviços não conseguirá compensar esse aumento nos demais elos da cadeia produtiva, já que são intensivos em mão de obra. Por isso, dizem que vão precisar repassar esse aumento de custo para o consumidor final, elevando o preço de serviços como os dos bares e restaurantes, dos salões de beleza e das academias.
Empresários que apresentaram essa queixa à equipe econômica, ontem, contaram que, em uma reunião de quase três horas, Guedes reconheceu o prejuízo. “Ele pediu paciência, dizendo que a gente vai ser onerado agora para, no futuro, ter a redução da folha”, contou um dos participantes da reunião.
Guedes ainda defendeu que a desoneração da folha de pagamento seja compensada pela criação da nova CPMF. Por isso, pediu apoio dos empresários à proposta, que sofre resistência de peças-chaves do Congresso, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele prometeu enviar o texto ao Legislativo ainda neste ano, para que o assunto comece a ser debatido pelos parlamentares.
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