Correio Braziliense
postado em 11/03/2020 13:23
Você sabia que cães e gatos costumam se engasgar? Muitas vezes, devido a um objeto preso na boca, fios, alimentos, entre outros. No caso dos bichanos, até com as bolas de pelos. “Os riscos são diversos, pois podem machucar a cavidade bucal, o esôfago ou a traqueia. Além de gerar dor, incômodo e, em casos mais graves, levar a óbito”, explica o médico veterinário Marcelo Gusella.
Os tutores precisam ficar de olho no amigão, pois cada animal tem hábitos diferentes. “Tenha atenção ao dar ossos, brinquedos ou potes de plásticos que se quebram com facilidade, pelúcias que se destroem, bolinhas muito pequenas, cordas e fios em geral”, ensina.
De acordo com o veterinário, o primeiro passo é se manter calmo quando o bicho se engasgar, pois o companheiro precisa de sua ajuda. “Segundo, tente verificar com cuidado se existe algum objeto na boca dele e retire-o lentamente. Terceiro, nunca tente dar nada para comer ou beber, pois pode piorar o quadro. Quarto, caso não resolva, procure auxílio médico o mais rápido possível”, detalha.
Nessa hora, é necessário muito cuidado, pois o animal pode engolir o objeto ou morder quem o estiver ajudando. “Jamais utilize ferramentas para retirá-lo, apenas a mão é o suficiente. Se for algum fio, como os de costura, jamais o puxe, pois poderá causar rompimento de algum órgão.” Portanto, nesses casos, leve imediatamente ao hospital e informe o ocorrido.
A médica veterinária Camila Fagundes, do Centro Integrado de Medicina Veterinária (Cvet), observa que se deve ter muita cautela com os materiais pontiagudos, pois podem perfurar o pet na tentativa de removê-los. “Os pequenos itens podem soltar pedaços ao roer, principalmente lascas de árvores e ossos de galinha, que deveriam ser proibidos de serem oferecidos”, observa.
Ela explica ainda que existem vários motivos para o bicho se engasgae. Desde um grão de ração que foi para o lugar errado, gripe, alteração na traqueia e até doenças cardíacas, que apresentam os mesmos sintomas.
Tutora do buldogue francês Maurice, a empresária Paula Tambelli, 41 anos, conta que se assustou quando o animal ficou engasgado no ano passado. “Ele engasgou com a ração, eu quase morri junto. Eu o socorri em casa mesmo”, diz, aliviada. Ela conta que essa raça de cão se engasga muito facilmente com o alimento. “É necessário que o pedaço seja grande para que possa mastigar direito. Depois desse acontecimento, fiquei muito cismada e sempre fico do lado dele na hora da comida.”
Sintomas e prevenção
Dificilmente um gato engasga com bolas de pelos, por ser comum na rotina dele. Para o médico veterinário Marcelo Gusella, ao notar o bichano tentando vomitar, não o deixe excitado ou estimulado, pois isso piora a situação. “Observe com calma, que logo ele vomitará. Se os vômitos forem frequentes, porém, procure ajuda especializada. Também utilize rações e petiscos que auxiliam a não formar isso no estômago”, orienta.
Não é normal expelir as bolas de pelo com frequência. “Uma das formas de evitar é fazendo a escovação no gatinho para que tenha menos pelos mortos quando se limpar, acumulando, assim, menos no estômago”, ensina Camila Fagundes, residente em clínica médica de pequenos animais.
Como saber se é asfixia?
Para identificar o animal asfixiado: ele pode apresentar dificuldade respiratória, ter ânsia de vômito, tossir, vomitar, coçar a boca com as patinhas. Leve-o o mais rápido ao veterinário, pois pode ser grave, principalmente, quando há obstrução da traqueia.
Primeiros socorros: chamar alguém para ajudar, pois sozinho sempre é muito difícil manipulá-lo. Ir ao médico veterinário o mais rápido possível. Manter-se o mais calmo que conseguir, porque, quanto mais agitado o animal fica, mais oxigênio consome e a respiração acaba piorando. Caso ele esteja engasgado com alguma coisa que você observou, alguns tapas nas costas podem ajudar.
Fonte: Camila Fagundes, médica veterinária pela Universidade de Brasília (UnB)
Identificando um engasgo
Os cachorros sempre estão com alguma coisa na boca, não é tão fácil de eles se engasgarem. O tutor pode confundir com uma tosse ou um espirro reverso. Aqui vão alguns sintomas:
- O animalzinho fica excessivamente agitado e agoniado.
- Tosse e tentativa de vomitar.
- O cachorro pode começar a babar.
- Nota-se dificuldade para respirar.
- Pode levar as patinhas à boca, como uma tentativa de tirar algo preso.
- Posição reta: cabeça e pescoço abaixados, orelhas baixas.
- Gengivas azuladas ou esbranquiçadas.
- Em casos mais graves, pode ocorrer desmaio.
- Tente observar se o animal consegue engolir, pois é menos provável que esteja engasgando.
Fonte: Petlove, empresa de produtos de animais
O pet vomitou. E agora?
- Caso ele tenha expelido o objeto, não forneça água nem comida nas horas seguintes, mantenha o animal em observação. Porém, se ele seguir vomitando ou o vômito tiver presença de sangue, leve-o ao veterinário para realização de exames de imagem para identificar se ainda existe algo que está fazendo mal.
- Quando o cão ou o gato vomita, podem ser inúmeras causas, desde uma gastrite alimentar, por ter ocorrido mudança na dieta, até doenças mais graves, como problemas nos rins. Por isso, se o bicho apresentar mudança no comportamento, febre ou perda de peso, um médico veterinário deve ser consultado.
Fontes: médicos veterinários Camila Fagundes e Marcelo Gusella.
*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte
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