Tecnologia

Internet é uma forte ferramenta para a busca por pessoas desaparecidas

A internet virou forte ferramenta para as polícias e as associações encontrarem pessoas que sumiram. De cada 10 indivíduos que têm a imagem compartilhada em sites e redes sociais, dois são encontrados

postado em 09/04/2013 08:49
O Ministério da Justiça estima que há pelo menos 10 mil registros de desaparecimentos de pessoas, por ano, no Brasil. No Distrito Federal, a Polícia Civil constatou um aumento de 37% de ocorrências em 2012 em relação a 2011 ; sendo Ceilândia, Planaltina e Plano Piloto as três localidades com maior incidência. Este ano, foram 322 registros no Distrito Federal. Os motivos são variados, como um fim de semana perto da cachoeira sem avisar família ou amigos, tráfico humano, assalto seguido de morte, sequestro, violência; Sem saber, os familiares ficam angustiados com o sumiço do parente e vão à polícia procurar ajuda. Para acelerar o trabalho de busca, sites e redes sociais são meios, muitas vezes eficazes, de acabar com o desespero e encontrar quem pode estar em apuros. Quando não funcionam, servem para internautas, ao menos, darem apoio e colaboração.

A Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas, conhecida como Mães da Sé, tem um site com imagens e informações de vítimas. A presidente, Ivanise Esperidião, diz que as redes sociais ajudam, consideravelmente, nessas buscas. ;De cada 10 pessoas com fotos divulgadas na internet, pelo menos duas foram localizadas. Por isso, a web é tão importante;, observa.

Status: procura-se

Uma pessoa some sem rastros por dois, três, 10 dias; Os familiares, desesperados, recorrem a sites para encontrá-la. Há esperança de que tenha notícias ; afinal, existem mais de 1 bilhão de usuários ativos de redes sociais no mundo, segundo um relatório da International Telecommunication Union (ITU), e as informações se espalham em poucos minutos. Estima-se que cerca de 80% das pessoas retornam para casa de forma voluntária ou por terem sido encontradas. O mundo digital ajuda nesse resultado, claro, com a difusão de imagens e de dados.

A internet virou forte ferramenta para as polícias e as associações encontrarem pessoas que sumiram. De cada 10 indivíduos que têm a imagem compartilhada em sites e redes sociais, dois são encontradosLuta dos pais

O brasiliense Arthur Paschoali, 19 anos, está desaparecido há 109 dias em Cuzco, no Peru. O mochileiro foi visto pela última vez na região em 21 de dezembro, antes de sair para fotografar, do local onde estava hospedado. O Itamaraty informou que policiais e bombeiros estavam trabalhando nas buscas, mas, um mês depois, suspenderam as investigações mais intensas. Cerca de 10 pessoas teriam reconhecido a foto do garoto em um povoado de Quillabamba, informou o irmão, Felipe Paschoali, mas os pais ; que acompanham as buscas in loco ; ainda não o encontraram. Apenas no primeiro dia que postaram a informação do desaparecimento no Facebook, conseguiram mais de 200 compartilhamentos. Depois disso, um álbum de fotos de Arthur recebeu mais 500. Quando Felipe criou um evento chamado Vamos achar o Arthur, foram quase 115 mil convidados. No atual grupo são 13 mil pessoas. ;A internet tem ajudado a chamar a atenção para nossa causa;, diz. ;As mensagens de fé e confiança deixam a gente forte e nos mostra que não estamos sozinhos nessa empreitada. Tem gente que eu nunca vi, seja do Ceará, da Bahia, do Maranhão ou de Santa Catarina.; A família organizou um festival de tortas para arrecadar dinheiro e, assim, permitir que os pais continuem com as buscas. O evento mobilizou 600 pessoas pela internet. ;Quem está na mesma situação deve investir na web, porque a gente sente que as autoridades acabam deixando em segundo plano já que outras demandas aparecem;, comenta Felipe.

A internet virou forte ferramenta para as polícias e as associações encontrarem pessoas que sumiram. De cada 10 indivíduos que têm a imagem compartilhada em sites e redes sociais, dois são encontrados

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