Neste sábado (31/10), é comemorado em diversas partes do mundo o Halloween, conhecido no Brasil como Dia das Bruxas. Por aqui, a moda é relativamente recente e nem todo mundo adere aos costumes tradicionais, deixando esse universo restrito a festas temáticas. Já nos Estados Unidos, a data é levada muito à sério: as pessoas se fantasiam, inclusive os adultos, decoram suas casas com elementos assustadores e as crianças batem de porta em porta pedindo doces (muito parecido com o Dia de Cosme e Damião no Brasil), o famoso "trick or treat" - quem não oferecer, pode sofrer com alguma travessura.
Entre os enfeites mais utilizados está a abóbora com um rosto macobro desenhado, também conhecida como Jack, o lanterna. É comum colocar uma vela acesa dentro da abóbora para ficar mais fácil visualizar o desenho.
Origem
A celebração, embora faça parte da cultura dos EUA, surgiu na Irlanda há mais de mil anos. Vem da palavra holy evening, que significa noite sagrada. Era comemorada no fim do verão e acreditava-se que na noite de 31 de outubro espíritos dos mortos visitariam o mundo dos vivos. Por isso, era comum acender uma fogueira e usar fantasias com o objetivo de assustar e espantar os espíritos.
Ao longo do tempo, a data deixou de ser associada ao paganismo e a própria Igreja Católica a adotou como um ritual cristão. Hoje, em 1; de novembro é celebrado o Dia de Todos os Santos. É quando os irlandeses visitam os túmulos dos parentes nos cemitérios, um momento de agradecer pelo ano que se aproxima do fim. Os celtas chamavam a celebração de Samhain, que significa fim do verão e início de um novo ano.
Com a imigração dos irlandeses na América, outros países conheceram a tradição e adotaram (e modificaram) os costumes.
Experimente
Os dois países onde o espírito do halloween é mais evidente são Irlanda e Estados Unidos. No primeiro, uma boa dica é ir aos pubs no dia 31. Além da decoração temática, bebidas especiais para a data normalmente são encontradas. Em algumas festas (públicas ou nas casas de locais), há diversas brincadeiras, como a da maçã pendurada em um cordão enquanto todos estão de olhos vedados e mãos amarradas; quem morder primeiro a fruta, ganha.
Na hora de comer, peça um Colcannon, prato típico feito com batatas cozidas, repolho e cebola. De sobremesa, a dica é o bolo Barn Brack, que parece um pão doce com frutas. Dentro, podem ser encontrados objetos: pela tradição, o anel significa que você vai se casar em breve, pedaços de tecido representam um futuro duvidoso, a moeda é prosperidade e o dedal quer dizer que a pessoa não vai se casar.
No segundo país, é interessante visitar os subúrbios, onde as decorações são mais sofisticadas e ir a festas temáticas (normalmente, são muito mais elaboradas que as brasileiras). Se quiser cidades mais conhecidas pelos locais mal-assombrados, uma boa dica é Nova Orleans, que reúne diversas histórias sobre vodu e feitiçaria. O Hotel Monteleone, no bairro francês tem a fama de ser frequentado por espíritos. Que tal se hospedar por lá?
Aos que estiverem em Orlando, vale a pena conferir a programação aterrorizante preparada pelo parque da Universal (para um halloween mais leve, para os mais novos, veja o que a Disney preparou para este ano).
Dia dos Mortos
Neste mesmo dia, o México celebra o tradicionalíssimo Dia dos Mortos, declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Os eventos duram até o dia 2/11, coincidindo com o Dia de Finados no Brasil. A festividade é anterior à chegada dos espanhóis e atribuída à população indígena. Milênios atrás, era comum guardar crânios para celebrar os ancestrais. Hoje, utiliza-se esculturas de caveiras, entre outros enfeites, colocados em altares.
Acredita-se que os mortos tem permissão para visitar os parentes nessa data e, por isso, as pessoas colocam flores e velas pela casa. Há muita festa, boa comida (de preferência, as favoritas dos defuntos), roupas de cores vivas e visitas aos cemitérios. Huaquechula, Oaxaca, Janitzio e Coyoacán são algumas das principais cidades para se visitar nesta época.