Times Square do Sul
Ao longo dos últimos anos, Balneário Camboriú destacou-se como referência de urbanismo e turismo inovador em Santa Catarina. Em 2025, a cidade ganhou ainda mais evidência ao apresentar um projeto ambicioso: a criação de sua própria versão da famosa Times Square. Essa proposta desencadeou debates sobre o futuro da orla e sua vocação turística. O projeto, inclusive, já foi destaque em veículos nacionais e internacionais especializados em turismo e planejamento urbano, reforçando o potencial impacto para a imagem da cidade no exterior.
Concebida no coração do litoral catarinense, a ideia de construir uma área de entretenimento inspirada na icônica praça de Nova Iorque busca colocar Balneário Camboriú em destaque no cenário nacional e internacional. O tema rapidamente se tornou centro de discussões entre moradores, empresários, urbanistas e turistas, gerando opiniões divergentes sobre o impacto cultural e estrutural dessa transformação. A Times Square original é conhecida por receber em média 50 milhões de turistas ao ano, sendo considerada um polo de criatividade e economia; com isso, Balneário Camboriú pretende criar um efeito semelhante, adaptado às suas características e ao público brasileiro.

O que está por trás do projeto de “Times Square” em Balneário Camboriú?
O plano para o espaço batizado de “Times Square do Sul” pretende reunir grande variedade de atrações, considerando desde painéis luminosos de alta tecnologia até shows ao ar livre, áreas de entretenimento, espaços gastronômicos e opções para apresentações culturais. A proposta envolve ainda a revitalização de uma área estratégica da Avenida Atlântica, ocupando quarteirões próximos à praia central.
Segundo os idealizadores do projeto, o objetivo é realizar uma transformação que reverbere positivamente na economia local. A ideia é fortalecer o comércio, impulsionar o turismo durante o ano todo e tornar Balneário Camboriú um polo de eventos, entretenimento e inovação urbana. Para especialistas, elementos visuais marcantes, como telões de LED, devem ser adaptados à paisagem, respeitando as características da cidade. O projeto também propõe a criação de zonas específicas para artistas de rua e feiras culturais, valorizando a produção local e incentivando a economia criativa. Além disso, há a previsão de incorporar tecnologias sustentáveis nas instalações, como iluminação de baixo consumo energético e sistemas de captação de água da chuva.
Por que a proposta divide opiniões em Balneário Camboriú?
O anúncio do projeto da Times Square em Balneário Camboriú causou reações contundentes na comunidade. De um lado, parte dos empresários do setor turístico enxerga a proposta como oportunidade estratégica para ampliar o fluxo de visitantes e diversificar o calendário cultural do município. Por outro lado, urbanistas e alguns moradores têm apontado preocupações relativas ao impacto visual, possíveis questões ambientais e mudanças no perfil tradicional da orla. Segundo pesquisa recente realizada pela Associação de Moradores, cerca de 48% dos entrevistados apoiam a revitalização, enquanto 39% demonstram preocupação quanto ao excesso de poluição visual e sonora.
- Impacto visual e arquitetônico: há dúvidas sobre como integrar elementos modernos e luminosos a uma paisagem marcada por prédios altos e pelo mar. Há também receios quanto à descaracterização do ambiente praiano e o aumento da poluição visual durante a noite.
- Valorização imobiliária: espera-se que o entorno da futura praça sofra alterações nos preços dos imóveis e no perfil das construções. Corretores imobiliários avaliam que os impactos poderão ser similares aos vistos em outros polos turísticos após grandes obras de revitalização, atraindo novos investidores.
- Movimentação urbana: estimativas apontam para aumento significativo no número de pessoas circulando, exigindo readequações no trânsito e serviços públicos. O projeto prevê a implantação de ciclovias, estacionamentos inteligentes e câmeras de monitoramento integradas ao centro de operações da cidade.
- Questões ambientais: especialistas alertam para a necessidade de estudos sobre o impacto da iluminação e da concentração de atividades no ecossistema praiano. Organizações ambientais locais já solicitaram audiências públicas para discutir medidas de mitigação, como faixas de proteção vegetal e horários restritos para eventos de maior intensidade sonora.

Como funciona o cronograma e o financiamento do projeto?
De acordo com o cronograma divulgado pela prefeitura, a expectativa é que as obras tenham início ainda em 2025, com a primeira etapa de intervenções urbanas concentrando-se na instalação de telas eletrônicas e reforma dos espaços comerciais. O modelo de financiamento inclui parcerias público-privadas, prevendo aportes do setor imobiliário, patrocínio de marcas e incentivos municipais para revitalização da área. O investimento estimado até o momento alcança cerca de R$ 280 milhões, e a administração estuda a possibilidade de incentivos fiscais temporários para empresas que se instalarem no entorno imediato da área renovada.
- Definição dos quarteirões e autorização ambiental para intervenções;
- Captação de recursos e viabilização financeira das etapas;
- Execução de obras estruturais e instalação dos equipamentos tecnológicos;
- Lançamento oficial da “Times Square do Sul” previsto para finais de 2027.
Além da programação cultural em desenvolvimento, o projeto prevê forte integração com o setor hoteleiro, promovendo pacotes conjuntos e eventos temáticos para atrair um público diversificado ao longo de todo o ano. A prefeitura já iniciou negociações com companhias aéreas e operadoras de turismo para incluir a nova atração em roteiros nacionais e internacionais.
Quais tendências urbanísticas influenciam o “novo centro” de Balneário Camboriú?
A inspiração no modelo nova-iorquino busca transpor para o Brasil uma tendência global de ocupação de espaços urbanos com lazer, cultura e tecnologia. Grandes telas, iluminação colorida e eventos públicos são recursos cada vez mais explorados em cidades que buscam renovar suas áreas centrais e torná-las referências em entretenimento. Balneário Camboriú, que já era associada aos altos arranha-céus e ao turismo de verão, mira diversificar sua imagem ao posicionar-se como destino de experiências urbanas ao ar livre. O projeto da Times Square do Sul também dialoga com tendências de cidades inteligentes: prevê Wi-Fi gratuito em toda a área, interatividade por aplicativos para visitantes e mobiliário urbano multifuncional.
O desdobramento desse projeto deverá servir de termômetro para outras cidades brasileiras com tradição no turismo litorâneo. A discussão sobre a identidade urbana, preservação de elementos naturais e inovação tecnológica se mantém no centro das atenções enquanto a proposta avança. Ainda que o futuro da chamada “Times Square do Sul” envolva desafios e adaptações, seu planejamento desperta interesse nacional quanto à reinvenção das cidades costeiras no Brasil. A expectativa é que, a partir dos resultados conquistados em Balneário Camboriú, outras regiões passem a adotar modelos similares ajustados às suas realidades, promovendo uma nova onda de modernização nas principais cidades turísticas do litoral brasileiro.










