Na manhã de 4 de março de 2025, o jovem jogador de futebol Pedro Severino, aos 19 anos, viu sua trajetória profissional ameaçada por um grave acidente automobilístico na região de Americana, interior de São Paulo. Recém-contratado pelo Bragantino, o atleta estava a caminho do treino quando o veículo em que viajava colidiu com a traseira de um caminhão. A passagem foi marcada por acontecimentos inesperados que alteraram os rumos e a expectativa de recuperação de Pedro. O acidente mobilizou rapidamente não só a equipe médica local, mas também dirigentes do Bragantino, familiares e a comunidade esportiva, que usou as redes sociais para prestar solidariedade ao atleta.
O acidente envolveu também o colega de equipe Pedro Castro e um motorista, responsável pela condução do automóvel. De acordo com depoimentos, o motorista teria dormido ao volante, ocasionando a batida. Enquanto Pedro Castro sofreu apenas ferimentos leves, Pedro Severino foi o único a apresentar danos gravemente preocupantes, entre eles traumatismo craniano severo e múltiplas fraturas na face e na base do crânio. Bombeiros atenderam rapidamente os envolvidos, realizando o resgate e traslado ao hospital, e a Polícia Rodoviária registrou ocorrência para posterior investigação das condições do acidente.
Quais foram os procedimentos médicos após o acidente?
Assim que chegou ao Hospital Municipal de Americana, Pedro Severino foi submetido a uma série de intervenções de emergência, incluindo atendimentos intensivos na UTI. O protocolo padrão em casos de trauma cerebral grave exige avaliação neurológica rigorosa, frequentemente abrangendo testes para verificar a presença de morte encefálica, um procedimento implementado apenas quando não há respostas neurológicas do paciente. Durante o atendimento de emergência, Pedro recebeu estabilização hemodinâmica e suporte respiratório, sendo monitorado constantemente por uma equipe multidisciplinar formada por neurocirurgiões, intensivistas e fisioterapeutas.
Durante o processo de avaliação, Pedro apresentou um reflexo involuntário: tossiu enquanto estavam sendo realizados os exames. Esse gesto, aparentemente simples, interrompeu imediatamente o protocolo de morte encefálica, por ser indicativo de atividade neurológica. Comprovou-se, assim, que ainda havia possibilidade de recuperação, afastando o diagnóstico de morte cerebral. Segundo os médicos, a observação clínica contínua foi essencial para ajustar condutas terapêuticas, além de fornecer esperança à família e equipe do clube.

Como foi a evolução clínica de Pedro Severino?
A condição de Pedro Severino exigiu um acompanhamento multidisciplinar e procedimentos cirúrgicos complexos. Ao todo, foram necessárias quatro cirurgias. Dentre elas, uma intervenção reconstruindo parte da caixa craniana contou com o uso de uma prótese de cimento ósseo fixada com placas de titânio. O tratamento incluiu fisioterapia intensiva e monitoramento contínuo da evolução neurológica. Os médicos destacaram ainda o uso de tecnologia de ponta durante as cirurgias, como monitoramento intraoperatório para minimizar riscos de sequelas.
- Reconstrução craniana com prótese e titânio
- Cuidados neurocirúrgicos e clínicos oportunos
- Reabilitação fisioterapêutica diária
- Suporte psicológico à família e ao paciente
- Apoio multidisciplinar, incluindo fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional
- Uso de medicamentos para evitar crises convulsivas e tratar a dor
Aos poucos, sinais claros de melhora foram observados, como quando Pedro apertou a mão da mãe, pronunciou palavras e escreveu “obrigado” em um caderno oferecido pela equipe do hospital. Esses marcos representaram avanço considerável em seu quadro e animaram os profissionais envolvidos na recuperação do atleta. A comoção causada pelo caso gerou também campanhas de apoio e doação de sangue feitas por torcedores e atletas do Bragantino.
Quando Pedro Severino teve alta e como está sua reabilitação?
Após cerca de 100 dias de internação e superando prognósticos desfavoráveis, Pedro Severino recebeu alta hospitalar na primeira semana de junho de 2025. A partir de então, o jovem seguiu um plano de reabilitação rigoroso, que inclui sessões de fisioterapia, acompanhamento neurológico e participação em atividades lúdicas, como jogos de videogame, para estimular coordenação motora e funções cognitivas. Parte do tratamento incluiu também acompanhamento nutricional para garantir a recuperação muscular e palestras motivacionais proporcionadas pelo clube e pela equipe médica.
O caso de Pedro Severino ilustra os desafios enfrentados por atletas em situações de trauma grave e a importância da atenção imediata, do diagnóstico preciso e do empenho de equipes médicas. Por meio de avanços nos protocolos de emergência e na reabilitação, ficou evidenciado que a resposta do corpo pode surpreender, reforçando a necessidade de avaliação criteriosa em casos de acidentes graves no esporte. Pedro também expressou, em nota divulgada por sua família, seu desejo de retornar ao futebol assim que permitido, servindo de inspiração para outros atletas que passam por situações semelhantes.










