Na África do Sul, uma espécie de planta chama atenção pelo seu estado de conservação crítico e por uma peculiaridade única: há registros apenas de plantas masculinas em todo o mundo. Com sua origem remontando a milhões de anos, a Encephalartos woodii é considerada por muitos como a planta mais solitária do planeta. Encontrada inicialmente na floresta de oNgoye, essa espécie passou a ocupar lugar de destaque em iniciativas de preservação botânica a partir do final do século XIX.
O interesse científico pela Encephalartos woodii aumentou ao longo dos anos, principalmente depois que se confirmou a ausência de exemplares femininos conhecidos. Diversos projetos vêm tentando solucionar esse mistério, utilizando recursos cada vez mais avançados para rastrear possíveis fêmeas perdidas na natureza. Até agora, todos os exemplares cultivados em jardins botânicos no Reino Unido e em outros países derivam de clones do único espécime macho identificado na natureza.
Por que a Encephalartos woodii está entre as plantas mais raras?
A principal característica que torna a Encephalartos woodii uma das plantas mais raras do mundo é a sua reprodução exclusivamente masculina. Isso faz com que a perpetuação natural da espécie seja impossível atualmente, já que não há registro de plantas fêmeas vivas. Tal condição fez com que, em 2025, a espécie figurasse entre as mais ameaçadas e emblemáticas dos esforços globais de conservação vegetal. Muitos botânicos destacam que a E. woodii já existia muito antes do surgimento dos dinossauros, o que reforça a importância evolutiva desse organismo.
Além da questão da reprodução, o habitat da Encephalartos woodii também contribui para sua raridade. Limitada a uma pequena região da África do Sul, a espécie encontrou seu refúgio na floresta de oNgoye. No entanto, mesmo este ambiente protegido não garantiu a preservação natural da espécie, pois desde sua descoberta em 1895, não foram encontrados mais exemplares selvagens além do macho original.

Como tecnologia ajuda na busca por uma fêmea da Encephalartos woodii?
Neste momento, pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, lideram um projeto inovador que utiliza drones e algoritmos de inteligência artificial para tentar localizar uma possível representante feminina da espécie. O objetivo é vasculhar toda a extensão da floresta de oNgoye, utilizando fotografias aéreas e sistemas de reconhecimento de imagem capazes de identificar as características da E. woodii entre a vegetação nativa.
- Drones sobrevoam a floresta captando imagens em alta resolução.
- Modelos de IA analisam dados das imagens em busca das formas e padrões específicos dessa planta.
- Simulações com imagens geradas ensinam o algoritmo a diferenciar a E. woodii de outras espécies parecidas.
Este método proporciona uma abordagem inédita em termos de eficiência e cobertura territorial, já que menos de 2% dos 4.100 hectares da floresta haviam sido inspecionados até pouco tempo atrás. Caso seja encontrada uma fêmea, pesquisadores pretendem viabilizar a reprodução natural da espécie pela primeira vez em mais de um século.
É possível salvar a Encephalartos woodii da extinção?
A sobrevivência da Encephalartos woodii depende diretamente da descoberta de um exemplar feminino. Por enquanto, a preservação se limita à clonagem e cultivo dos machos em jardins botânicos, como o renomado Royal Botanic Gardens, em Kew, Londres, onde o público pode conhecer essa raridade. Especialistas seguem apostando na tecnologia como aliada para tentar reverter esse quadro delicado.
- A busca por uma fêmea segue como prioridade máxima.
- O cultivo em cativeiro ajuda a manter viva a tradição botânica e científica da planta.
- Novas descobertas podem abrir caminho para a reprodução e reintrodução da espécie na natureza.
Enquanto permanece como símbolo da luta contra a extinção, a Encephalartos woodii continua atraindo olhares, inspirando pesquisas e conscientizando sobre a importância da diversidade vegetal e das soluções tecnológicas para a preservação do planeta.










