A expectativa de vida é um dos principais indicadores da saúde e qualidade de vida de uma população. No Brasil, as diferenças nesse número entre as capitais refletem desigualdades profundas, revelando realidades bastante distintas de norte a sul do país. Segundo dados recentes, Boa Vista, capital de Roraima, aparece com a menor expectativa média de vida entre as cidades capitais brasileiras, marcando uma diferença significativa em comparação a outras regiões metropolitanas.
De acordo com o levantamento do Instituto Cidades Sustentáveis, Boa Vista registra atualmente uma expectativa de vida média de 57 anos. Este número está pelo menos 15 anos abaixo do índice observado em Belo Horizonte (Minas Gerais) e Porto Alegre (Rio Grande do Sul), onde a média chega a 72 anos. Portanto, essas estatísticas evidenciam necessidades urgentes de melhorias em políticas públicas que possam reverter esse cenário de desigualdade.

O que explica a baixa expectativa de vida em Boa Vista?
A palavra-chave “expectativa de vida” está diretamente relacionada a diversos fatores. No caso de Boa Vista, o contexto social e econômico contribui para o resultado observado. Problemas como acesso limitado a serviços de saúde, saneamento básico insuficiente, vagas restritas em escolas e moradias precárias afetam diretamente o bem-estar da população. Outro fator relevante é a incidência elevada de violência urbana, especialmente contra jovens, que influencia negativamente o índice.
Além disso, indicadores ligados à saúde, como mortalidade infantil e cobertura vacinal, também estão abaixo da média nacional. Essa conjuntura torna o desafio ainda maior, pois demonstra que a questão vai além da saúde pública, abrangendo impactos de políticas habitacionais, educacionais e de segurança.
Outros indicadores de saúde que impactam a qualidade de vida
A expectativa média de vida é apenas um dos vários elementos analisados quando se aborda o tema qualidade de vida em capitais brasileiras. Outros fatores, como níveis de mortalidade infantil, taxas de gravidez na adolescência, mortalidade por suicídio e percentual de cobertura vacinal, oferecem uma visão mais ampla dos desafios enfrentados por Boa Vista e cidades com características similares.
- Mortalidade infantil: O número de crianças que não chegam ao primeiro ano de vida revela carências no acesso ao pré-natal e à atenção básica à saúde.
- Gravidez na adolescência: Altas taxas indicam falta de acesso a políticas públicas de educação sexual e a métodos contraceptivos.
- Suicídio: Os casos registrados sugerem possível falta de acompanhamento psicológico e redes de apoio social.
- Baixa cobertura vacinal: A insuficiência nas campanhas de vacinação demonstra vulnerabilidade diante de doenças evitáveis.

Caminhos que podem melhorar a expectativa de vida
Para enfrentar o desafio do aumento da expectativa de vida em cidades como Boa Vista, especialistas apontam algumas alternativas. O fortalecimento das políticas públicas voltadas ao saneamento básico, melhoria das condições habitacionais, acesso ampliado à saúde preventiva e investimentos em educação inicial são considerados fundamentais.
- Investir em saneamento básico, reduzindo riscos de doenças infecciosas e melhorando o ambiente urbano.
- Ampliar programas de cobertura vacinal e campanhas de prevenção.
- Intensificar ações de combate à violência, com foco em juventude e fortalecimento da segurança pública.
- Melhorar o acesso à educação de qualidade, criando oportunidades que impactem positivamente as futuras gerações.
- Expandir o atendimento primário à saúde e a promoção do acompanhamento contínuo aos grupos vulneráveis.
Essas ações, integradas em políticas transversais entre governos locais, estaduais e federal, podem contribuir para transformar o cenário atual. No contexto brasileiro, cidades que alcançam melhores índices de expectativa de vida costumam apresentar avanços simultâneos em diversos setores, reforçando a ideia de que a qualidade de vida resulta de uma combinação de fatores sociais, econômicos e institucionais.
O desafio de elevar a expectativa de vida em regiões menos favorecidas como Boa Vista permanece como tema central na busca por equidade nacional. Investimentos articulados, planejados a longo prazo e ajustados às realidades locais podem proporcionar resultados eficientes, impactando não só a longevidade, mas a saúde e bem-estar de toda a população.










