Atualmente, muitos consumidores deparam com a seguinte situação: após poucos anos de uso, o televisor apresenta falhas, lentidões ou até mesmo deixa de funcionar completamente. Esse cenário acontece com frequência e levanta dúvidas sobre a durabilidade dos aparelhos eletrônicos. No contexto das televisões modernas, discute-se a influência de um conceito cada vez mais debatido: a obsolescência programada.
O termo “obsolescência programada” refere-se a produtos eletrônicos que, aparentemente, têm vida útil mais curta por decisão dos próprios fabricantes. A ideia sugere que certos itens são projetados para perder desempenho, função ou utilidade em um período de tempo menor que o habitual. Assim, este fenômeno é tema de discussões em diversas partes do mundo, envolvendo estudiosos, órgãos de defesa do consumidor e a própria indústria.
O que é obsolescência programada?
Obsolescência programada é uma estratégia em que produtos são confeccionados de modo a durar menos do que tecnicamente poderiam. Em vez de buscar máxima longevidade, as empresas implementam componentes, softwares ou designs que antecipam o fim da vida útil. Este conceito surgiu durante o século XX, referindo-se a diferentes setores, principalmente no ramo de eletrodomésticos e eletrônicos.
Entre os motivos para adotar essa prática estão o incentivo ao consumo contínuo e o aumento das vendas. Ao reduzir o tempo de uso dos aparelhos, cria-se uma demanda periódica por substituição, estimulando o lançamento de novos modelos e tecnologias. Em relação a televisores, a obsolescência programada pode ocorrer tanto por desgaste físico de peças quanto por limitações impostas por sistemas operacionais ou atualizações de software restritas.

As Smart TVs são mais suscetíveis à obsolescência?
O avanço das Smart TVs intensificou o debate sobre vida útil e descarte de aparelhos. Televisores inteligentes dependem de sistemas operacionais atualizados para acessar aplicativos de streaming, conectar-se à internet e aproveitar recursos inovadores. Quando esses sistemas deixam de receber suporte, a experiência do consumidor fica prejudicada, mesmo que o hardware ainda funcione normalmente.
Em muitos casos, fabricantes lançam atualizações apenas para modelos recentes, tornando modelos antigos desatualizados rapidamente. Não raro, aplicativos essenciais como Netflix, YouTube ou Globoplay tornam-se incompatíveis, forçando o usuário a considerar a troca do aparelho ou recorrer a dispositivos externos, como dongles e set-top boxes. Além disso, reparos em peças eletrônicas específicas costumam ser onerosos, levando à substituição total invés do conserto.
Por que os televisores modernos parecem durar menos tempo?
Diversos fatores contribuem para a impressão de que as TVs estragam com rapidez:
- Componentes mais sensíveis: Placas eletrônicas miniaturizadas e novos materiais são menos robustos do que antigos tubos e circuitos analógicos.
- Atualizações de sistema restritas: Dispositivos param de receber suporte mesmo estando em condições físicas boas.
- Design não modular: Muitos aparelhos são fabricados de modo a dificultar consertos ou troca de peças.
- Rápida evolução tecnológica: Novas funções e formatos surgem em intervalos curtos, tornando modelos recentes aparentemente obsoletos.
Outro ponto importante é o encarecimento dos reparos, principalmente pela oferta restrita de certas peças originais ou autorizadas. Assim, durante os primeiros anos, as assistências conseguem solucionar eventuais problemas. Depois desse período, o custo-benefício do reparo pode não compensar diante das ofertas de novas TVs com preços competitivos.

Formas de reduzir os impactos da obsolescência programada
Apesar das estratégias industriais, algumas medidas ajudam a prolongar a vida útil dos aparelhos e combater o descarte precoce:
- Manter a TV em local adequado: Evitar umidade, poeira e exposição ao sol reduz o desgaste dos componentes.
- Atualizar softwares regularmente: Quando possível, manter os aplicativos e sistema em dia melhora o desempenho.
- Pesquisar antes da compra: Optar por marcas reconhecidas por oferecerem suporte e peças por mais tempo.
- Buscar assistência técnica qualificada: Problemas simples podem ser reparados sem a necessidade de substituir o aparelho inteiro.
- Utilizar acessórios externos: Em alguns casos, dispositivos como sticks de mídia digital prolongam a vida útil da TV.
Considerando o cenário do consumo eletrônico em 2025, a obsolescência programada se apresenta como uma realidade que afeta significativamente as relações entre fabricantes e consumidores. Com escolhas conscientes e atenção ao uso, é possível, no entanto, minimizar os impactos dessa prática e aproveitar ao máximo a vida útil dos televisores.









