Durante a “Dança dos Famosos”, no Domingão com Huck, o apresentador Rodrigo Faro surpreendeu o público ao revelar que usa enchimento no bumbum. O motivo curioso tem origem em uma complicação rara: ele relatou que tem sequelas da caxumba adquirida na infância, o que afetou o desenvolvimento muscular da região, levando à necessidade do enchimento para manter sua autoestima diante das câmeras. Assim, o depoimento reforçou a importância de conscientizar o público sobre os possíveis desdobramentos dessa doença viral.
A caxumba, conhecida no meio médico como parotidite infecciosa, é uma doença viral que já foi bastante comum em décadas passadas, principalmente entre crianças. A patologia se dá pelo vírus da família Paramyxoviridae, que se dissemina facilmente por meio de partículas eliminadas durante espirros, tosse ou mesmo pela saliva presente em objetos compartilhados. O início dos sintomas pode ocorrer entre 12 e 25 dias após a exposição ao vírus, sendo a maioria dos casos ocorre entre indivíduos que não receberam o esquema vacinal completo.
No contexto brasileiro, a introdução de campanhas de imunização em massa a partir dos anos 1980 transformou o panorama da caxumba, tornando-a menos frequente. Mesmo diante do avanço da vacinação, ainda existe um risco residual da doença, principalmente em pessoas que não foram vacinadas na infância ou naquelas que não completaram o ciclo recomendado de imunização. Entre os sintomas mais relatados estão o inchaço e dor nas glândulas salivares, febre, o desconforto de cabeça, além do cansaço e redução do apetite.

A transmissão da caxumba e quem está mais vulnerável
A caxumba é transmitida principalmente pelo contato direto com gotículas expelidas durante conversas, tosse ou espirro de pessoas infectadas. Apesar de menos comum, a disseminação também pode ocorrer por meio de objetos ou utensílios contaminados por secreção do nariz ou da boca. O período de maior transmissibilidade se estende do sexto ao sétimo dia antes da manifestação dos sintomas até o nono dia após o início clínico da doença.
Pessoas que nasceram antes da implementação da vacina no calendário nacional tendem a apresentar maior risco, uma vez que a imunização só passou a ser amplamente disponibilizada na década de 1980. Crianças com menos de 12 meses também estão numa faixa de maior vulnerabilidade, já que ainda não estão elegíveis para receber a primeira dose do imunizante previsto no calendário vacinal brasileiro.
Quais são as complicações associadas à caxumba?
Entre as possíveis consequências do quadro de caxumba, algumas são consideradas raras, mas merecem atenção. O vírus pode atingir outros órgãos além das glândulas salivares, como os testículos, o pâncreas e, em alguns casos, o sistema nervoso central. Pode ainda, de forma específica e incomum, comprometer outras áreas do corpo, inclusive músculos, como relatado por Rodrigo Faro no caso da região glútea, levando a alterações funcionais ou estéticas que podem perdurar por toda a vida. As complicações mais conhecidas incluem:
- Orquite: inflamação dos testículos, mais comum quando a infecção ocorre em adultos. Pode, em situações excepcionais, comprometer a fertilidade.
- Meningite viral benigna: o vírus pode causar uma inflamação nas meninges, mas geralmente não deixa sequelas duradouras.
- Env. pancreático, alterações cardíacas, distúrbios neurológicos e, raramente, inflamação dos ovários ou das articulações.
Sequelas permanentes tendem a ser pouco frequentes e estão mais ligadas a casos de infecção em adultos, sobretudo quando há comprometimento testicular. Outros sintomas menos comuns são a ataxia, que afeta a coordenação motora, e a paralisia facial. O relato de riscos de infertilidade ou alterações graves ocorre principalmente em pessoas sem histórico de vacinação prévia. Como ilustrado pelo episódio de Fernando Faro, quadrantes musculares também podem ser afetados, embora essa consequência seja muito rara e pouco documentada na literatura médica.

Como prevenir e qual a importância da vacinação contra a caxumba?
O controle da caxumba em larga escala foi possível graças à atualização constante do calendário vacinal e à aplicação da vacina tríplice viral, que protege também contra rubéola e sarampo. A vacinação é recomendada em duas doses, a partir dos 12 meses de idade, sendo que a segunda dose deve ser administrada até os 4 anos de vida, conforme protocolo do Ministério da Saúde vigente em 2025. Essa proteção abrange entre 80% e 90% dos imunizados, reduzindo drasticamente o risco de surtos.
- Lavar as mãos frequentemente
- Evitar compartilhar copos, talheres e objetos pessoais
- Manter ambientes ventilados
- Buscar orientação médica caso surjam sintomas sugestivos
Além da imunização, hábitos básicos de higiene são eficazes para diminuir as chances de transmissão. Em situações de diagnóstico confirmado, recomenda-se o afastamento temporário da convivência social para controlar a propagação do vírus. O tratamento da caxumba é sintomático, com repouso e acompanhamento médico adequados. Investigações laboratoriais podem ser indicadas em cenários epidemiológicos específicos para confirmação da doença. Vale reforçar que manter a vacinação em dia é a principal estratégia para evitar consequências, mesmo as mais incomuns, como aquelas relatadas por figuras públicas.
Quais sintomas indicam a presença da caxumba?
Os sinais clínicos mais comuns incluem dor e aumento de volume nas regiões laterais da face, apontando para o acometimento das glândulas parótidas. Febre moderada, mal-estar, redução do apetite e dores musculares podem anteceder ou acompanhar o inchaço. Em cerca de 30% dos casos, a infecção não gera manifestações perceptíveis, o que pode contribuir para a disseminação involuntária pelo convívio social.
- Inchaço súbito em região próxima às orelhas
- Desconforto ao mastigar ou engolir
- Febre baixa a moderada
- Quadro de dores de cabeça persistentes
- Fadiga e perda de apetite
O diagnóstico da caxumba é basicamente clínico, mas exames laboratoriais podem ser solicitados em casos específicos, especialmente se houver suspeita de complicações. A orientação de profissionais especialistas é fundamental para conduzir o tratamento adequado e evitar desdobramentos mais graves da doença. O avanço da ciência e o compromisso com a vacinação seguem como principais aliados na redução das taxas de caxumba em todo o país.