No cenário botânico brasileiro, o capim dourado destaca-se por seu brilho e valor cultural. Nativo do cerrado, esse vegetal exibe coloração dourada que chama atenção tanto de pesquisadores quanto de artesãos. O material, leve e resistente, fortalece a identidade de comunidades tradicionais e pauta discussões ambientais.
Encontrado principalmente em campos úmidos, o ouro do cerrado não passa despercebido nos tabuleiros naturais. Com seu ciclo de vida adaptado ao clima do bioma, ele se integra ao cotidiano local, esculpindo a paisagem e influenciando costumes. Durante as coletas, moradores seguem normas que visam garantir a sobrevivência da espécie.
O que é o capim dourado e por que ele chama tanto a atenção?

O capim dourado, nome científico Syngonanthus nitens, pertence à família Eriocaulaceae. Seu maior atrativo é a haste com aparência metálica, resultado de compostos naturais que refletem intensamente a luz solar. Apesar de ser chamado de “capim”, trata-se na verdade de uma sempre-viva. Essa planta costuma crescer em solos arenosos e recebe intensa irradiação solar, favorecendo a coloração única.
Popularizado nas últimas décadas, o capim dourado ganhou destaque, sobretudo, pela produção artesanal de peças como bolsas, chapéus e joias. Dessa forma, esse vegetal também cumpre importante papel ecológico, ajudando na proteção do solo contra a erosão e compondo redes alimentares locais.
Propriedades do capim dourado: o que o torna especial?
Dentre as principais propriedades do capim dourado, destaca-se a flexibilidade das hastes associada à leveza. Isso facilita a confecção de objetos que resistem ao manuseio diário. Outro fator relevante é a durabilidade. Artesanatos criados a partir desse material mantêm sua aparência por anos, mesmo com o uso frequente.
Além disso, o capim apresenta um brilho natural que dispensa tratamento químico para realçar sua cor. Sua estrutura permite tingimento, embora a maioria dos artesãos preserve o tom original. Cientistas ainda notam a presença de fibras resistentes em sua composição, atraindo o interesse da indústria têxtil e de design.
- Brilho característico sem necessidade de polimento
- Hastes longas e maleáveis
- Adaptação a solos pobres e arenosos
- Rápida regeneração após a colheita, quando respeitada a base da planta
Em qual estado brasileiro o ouro do cerrado prolifera mais?
O capim dourado encontra suas condições ideais no estado do Tocantins. A região do Jalapão, especialmente, sustenta ampla ocorrência da espécie. O solo, predominantemente arenoso, juntamente com o clima seco e quente, garante um ambiente propício para a proliferação da planta.

Moradores do Tocantins adaptaram suas rotinas para o manejo sustentável do capim dourado. As regras tradicionais orientam a coleta apenas do caule, deixando a base intacta, o que permite a regeneração e impede prejuízos ao crescimento natural. Essas diretrizes, adotadas há gerações, contribuem para a preservação dos campos dourados que cobrem o Jalapão.
- O Jalapão figura como o principal polo de coleta e beneficiamento do capim dourado.
- Municípios como Mateiros, Novo Acordo e Ponte Alta do Tocantins abrigam grande parte das populações que vivem do artesanato relacionado à planta.
- A legislação estadual regula o extrativismo, promovendo práticas responsáveis.
Quais cuidados garantem a preservação do capim dourado?
Diversos fatores são essenciais para a proteção do capim dourado no Tocantins. Restrições de época para a coleta visam manter o ciclo de reprodução, já que o florescimento ocorre exclusivamente durante a estação seca. Coletar apenas a parte superior da planta preserva a capacidade de brotação e evita a extinção local.
Além das normas comunitárias, órgãos ambientais monitoram a retirada do capim para impedir o extrativismo predatório. Incentivos ao cultivo em áreas controladas vêm crescendo para diminuir o impacto sobre os campos naturais. Dessa maneira, o equilíbrio entre tradição, economia e conservação pode ser preservado.
Em suma, o capim dourado ultrapassa o valor ornamental. Ele serve de elo entre saberes antigos, geração de renda e responsabilidade ecológica, transformando-se em símbolo vivo do Cerrado, especialmente no contexto tocantinense.










