Entre os temas que despertam curiosidade nos campos da saúde mental e do comportamento humano, a tripofobia aparece frequentemente entre as condições de grande debate. Trata-se de um fenômeno caracterizado por aversão intensa ou desconforto diante de imagens, padrões ou agrupamentos de pequenos furos, saliências ou formas geométricas próximas. Embora o termo seja popularmente conhecido, muitos ainda não compreendem totalmente suas características, manifestações e impactos no cotidiano de quem convive com esse quadro.
Com incidência crescente de buscas e relatos nos últimos anos, especialmente depois da popularização de imagens provocantes nas redes sociais, a tripofobia ganhou notoriedade. É importante destacar que a tripofobia não está oficialmente catalogada como um transtorno mental em manuais diagnósticos internacionais até 2025, fato que alimenta discussões entre profissionais de saúde sobre sua real classificação e reconhecimento clínico. Apesar disso, as manifestações relatadas indicam desconfortos verdadeiros e impactam a qualidade de vida de algumas pessoas.

O que é tripofobia?
A palavra tripofobia deriva do grego “trypa”, que significa “buraco”, e do sufixo “fobia”, que remete a medo ou aversão intensa. As pessoas acometidas relatam sensações de ansiedade, repulsa ou até mesmo náusea diante de padrões com pequenos buracos, como colmeias de abelha, sementes de lótus, bolores ou esponjas. Vale lembrar que a intensidade da resposta varia consideravelmente entre os indivíduos, podendo ir de um leve incômodo até crises de ansiedade ou pânico em situações mais graves.
Apesar do nome indicar uma fobia, alguns pesquisadores defendem que a tripofobia se assemelha mais a uma aversão ou desgosto intenso do que a um medo irracional. Entretanto, para quem experimenta os sintomas, muitas vezes a reação é automática e involuntária, o que pode trazer complicações em situações corriqueiras do cotidiano, pois imagens ou objetos disparadores estão presentes em diversos contextos.
Quais são os principais sintomas da tripofobia?
Os sintomas ligados à tripofobia costumam ser tanto físicos quanto psicológicos. A exposição a imagens ou objetos com padrões de furos pode provocar saliva excessiva, arrepios, coceira, sudorese, calafrios, sensação de mal-estar e até mesmo taquicardia. Do ponto de vista emocional, é comum registrar estados de ansiedade, aflição, angústia e vontade de escapar do estímulo.
- Arrepios e coceira inexplicável
- Desconforto intenso e vontade de evitar o objeto
- Ansiedade, sudorese e aceleração dos batimentos cardíacos
- Sensação de náusea ou enjoo
- Dificuldade para focar em outras atividades ao se deparar com o estímulo
A frequência, a intensidade e a duração dos sintomas podem variar amplamente. Pessoas sensíveis relatam reações imediatas e intensas ao simples contato visual, enquanto outras manifestam incômodos mais leves. Muitas vezes, apenas a lembrança de determinado padrão já é suficiente para desencadear desconfortos.
O que causa a tripofobia? Há fatores de risco conhecidos?
As origens da tripofobia ainda não são completamente esclarecidas. Uma das linhas de estudo mais aceitas sugere que a aversão pode ter raízes evolutivas, sendo uma resposta automática que funcionaria como mecanismo de proteção contra plantas tóxicas, animais venenosos ou doenças cutâneas, que também apresentam padrões semelhantes. Assim, a repulsa seria explicada por uma adaptação instintiva desenvolvida ao longo da história humana para evitar situações de perigo.
Outros fatores podem contribuir para o aumento da sensibilidade, como questões genéticas, experiências negativas passadas ou até predisposição a quadros de ansiedade generalizada. No ambiente social atual, o acesso frequente a imagens potencialmente gatilho pelas redes sociais também pode aumentar a percepção do problema e tornar os sintomas mais evidentes.

Quais os tratamentos disponíveis para tripofobia?
Atualmente, não há um protocolo único para o tratamento da tripofobia. Profissionais da saúde mental costumam indicar abordagens individualizadas, baseando-se na intensidade dos sintomas e no impacto sobre o bem-estar do paciente. Em muitos casos, a psicoterapia cognitivo-comportamental é uma das abordagens mais utilizadas, permitindo trabalhar a resposta emocional diante do estímulo e desenvolver estratégias para lidar com o desconforto.
- Terapia cognitivo-comportamental: foca na reestruturação do pensamento e na dessensibilização diante do objeto fóbico.
- Técnicas de relaxamento: exercícios respiratórios e de atenção plena podem reduzir a ansiedade desencadeada.
- Exposição gradual: aproxima o indivíduo dos padrões de forma controlada, diminuindo a intensidade das reações ao longo do tempo.
- Intervenção medicamentosa: prescrita em situações mais severas, sempre sob orientação médica.
Tripofobia pode ser prevenida?
Como a origem da tripofobia está fortemente relacionada a fatores biológicos e psicológicos, não existe uma forma comprovada de prevenção absoluta. Entretanto, evitar o contato direto com imagens disparadoras em caso de grande sensibilidade pode minimizar episódios agudos. O acompanhamento com profissionais da saúde mental é fundamental para quem percebe impactos significativos no relacionamento social, desempenho profissional ou qualidade de vida.
Mesmo sem reconhecimento formal como um transtorno isolado no campo da psiquiatria, a tripofobia é um fenômeno real para quem convive com ela. O avanço de pesquisas pode trazer numa perspectiva futura novos entendimentos sobre o quadro, contribuindo para o desenvolvimento de alternativas de suporte e tratamento cada vez mais adequadas.










