Recentemente disponível no Brasil após passar por aprovação sob o nome comercial Kisunla, o donanemabe se destaca como uma opção inovadora no tratamento do Alzheimer. O medicamento é para pacientes em estágios iniciais da doença e gera novas perspectivas para o controle da perda cognitiva provocada por essa enfermidade neurológica. O foco principal de sua ação é a eliminação das placas de beta-amiloide. Elas são proteínas que se acumulam no cérebro e estão associadas ao desenvolvimento do Alzheimer.
O tratamento, com amparo de resultados de estudos clínicos internacionais, foi desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Eli Lilly. A administração do Kisunla é intravenosa e exclusiva ao ambiente hospitalar. Mesmo com o potencial de retardar a progressão clínica da doença, o acesso ao medicamento permanece restrito à rede privada. Isso devido ao seu custo elevado e à complexidade do acompanhamento médico necessário.

Como funciona o Kisunla no combate ao Alzheimer?
O Donanemabe pertence à classe dos anticorpos monoclonais, substâncias capazes de agir de maneira dirigida contra alvos específicos no corpo humano. Seu mecanismo de ação consiste em reconhecer e eliminar as placas de beta-amiloide, um dos principais fatores envolvidos no declínio cognitivo do Alzheimer. Dessa forma, o Kisunla não apenas reduz a quantidade dessas placas, mas busca adiar o avanço dos sintomas da doença.
Durante ensaios clínicos, voluntários que receberam o tratamento apresentaram uma progressão da doença até 35% menor em comparação com aqueles que receberam placebo ao longo de 18 meses de observação. O efeito somou um atraso médio de aproximadamente 4,4 meses no declínio cognitivo, além de uma redução de 37% no risco de transição para fases mais graves do Alzheimer nesse mesmo período. Esses dados conferiram ao Kisunla um posicionamento relevante no cenário das terapias para doenças neurodegenerativas, embora seu uso seja recomendado para pacientes nos estágios iniciais.
Quais são as recomendações e protocolos para o uso de donanemabe?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu diretrizes específicas para a aplicação do Kisunla. Inicialmente, o tratamento é realizado com a infusão de 700 mg, correspondendo a dois frascos por mês durante as três primeiras doses. Em seguida, a dose é aumentada para 1.400 mg (quatro frascos) mensais até o término, respeitando o limite máximo de 18 meses, dependendo do acompanhamento de cada paciente e dos protocolos aplicados por cada instituição de saúde.
O tratamento deve ser monitorado rigorosamente por profissionais de saúde especializados, como neurologistas, que acompanham não apenas a evolução clínica, mas também eventuais efeitos adversos. Além disso, existe a necessidade de infraestrutura adequada para a administração do medicamento, o que contribui para o encarecimento do processo. É importante ressaltar que a continuidade do benefício do remédio, conforme observações de dados de acompanhamento de três anos, pode se manter mesmo após o fim do ciclo de tratamento.

Qual é o custo e a disponibilidade do Kisunla no Brasil?
Uma das principais barreiras para o acesso ao donanemabe é seu alto valor, definido conforme a regulamentação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). O preço do frasco de 350 mg varia entre R$ 5.131,58 e R$ 5.531,44, dependendo da carga tributária estadual sobre medicamentos. Como a terapia exige doses múltiplas ao mês e ainda custos adicionais, o valor final pode ser significativamente mais alto. Em clínicas especializadas, há relatos de que cada frasco, já incluindo o acompanhamento do neurologista e a estrutura para infusão, custa a partir de R$ 8 mil.
- Infusão intravenosa: Sessões mensais de aproximadamente 30 minutos.
- Acompanhamento: Observação clínica adicional de pelo menos meia hora após cada aplicação.
- Cobertura: Por enquanto, o medicamento está disponível apenas na rede de saúde particular.
Quais riscos e efeitos colaterais estão associados ao tratamento?
O uso do Kisunla demanda atenção a possíveis efeitos adversos, como hemorragias e edemas cerebrais, que foram observados durante as fases de pesquisa clínica. Em casos raros, esses eventos chegaram a resultar em complicações fatais, motivo pelo qual a administração do donanemabe requer acompanhamento constante e criterioso. Pessoas interessadas nesse tratamento devem ser cuidadosamente avaliadas para garantir a indicação adequada e a máxima segurança ao longo da terapia.
O avanço representado pelo Kisunla em 2025 marca um novo capítulo nas opções terapêuticas para o Alzheimer, mas ressalta a necessidade de acompanhamento multidisciplinar e discussões sobre acesso equitativo ao tratamento em todo o território nacional.










