O câncer de pulmão representa um dos maiores desafios em saúde pública no Brasil e no mundo, afetando diversas pessoas independentemente do estilo de vida. Embora o tabagismo permaneça como principal fator de risco, existem registros de diagnósticos em indivíduos que nunca foram fumantes, ressaltando a complexidade desse tipo de câncer. Diferentes fatores ambientais e genéticos podem contribuir para o desenvolvimento da doença, tornando essencial o avanço nas formas de rastreamento e tratamento.
Nos últimos anos, a abordagem terapêutica do câncer de pulmão passou por transformações importantes, especialmente com o surgimento das terapias-alvo. Embora métodos tradicionais como quimioterapia e radioterapia ainda tenham papel fundamental, alternativas mais modernas vêm oferecendo esperança para pacientes com mutações genéticas específicas. Essa evolução permitiu novas estratégias para lidar com tumores que, até pouco tempo atrás, tinham poucas opções terapêuticas eficazes.

Quais são as principais causas e fatores de risco do câncer de pulmão?
O desenvolvimento do câncer de pulmão está associado, majoritariamente, ao consumo de tabaco, mas essa não é a única causa identificada. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que a exposição à poluição ambiental, infecções respiratórias de repetição e doenças pulmonares obstrutivas crônicas elevam o risco do aparecimento da doença. Além disso, fatores hereditários, bem como histórico familiar de câncer, podem aumentar a predisposição ao surgimento de tumores pulmonares.
Embora o cigarro responda por aproximadamente 85% dos casos, pessoas que nunca fumaram também podem ser diagnosticadas, principalmente em função de mutações genéticas específicas ou exposição prolongada a agentes nocivos. Isso inclui contato com partículas tóxicas em ambientes de trabalho, como poeira de amianto e produtos químicos industriais, além do histórico de doenças pulmonares crônicas.
Câncer de pulmão: sintomas e sinais de alerta
Um dos desafios no combate a esse tipo de câncer é o diagnóstico frequentemente tardio, devido à ausência de sintomas claros nas fases iniciais. Tosse persistente, dor no peito, escarro com sangue e falta de ar são sinais considerados de alerta, principalmente quando associados à perda de peso inexplicável e fadiga constante. A presença de rouquidão e bronquite recorrente pode indicar a necessidade de investigação detalhada, sobretudo em grupos de risco.
Os sintomas costumam se manifestar quando o tumor já está em estágio avançado, o que torna fundamental o acompanhamento médico em casos de sintomas persistentes. Exames de imagem, como radiografia e tomografia do tórax, além do PET-Scan, desempenham papel decisivo na detecção precoce. Depois desses exames, a biópsia pulmonar é usada para confirmar o diagnóstico.

Como novas terapias avançam no tratamento do câncer de pulmão?
Com o avanço da medicina personalizada, novas alternativas surgiram para pacientes cujos tumores apresentam mutações específicas, como as do gene EGFR. Medicamentos intitulados terapias-alvo atuam diretamente nessas alterações genéticas, proporcionando aumento da sobrevida e melhor controle da doença. Enquanto a média de sobrevida com as abordagens convencionais gira em torno de um ano após o diagnóstico para determinados grupos, a inclusão de drogas como amivantamabe e lazertinibe demonstrou resultados superiores em estudos clínicos recentes.
Além do benefício relacionado à expectativa de vida, esses tratamentos mais modernos costumam oferecer melhor qualidade de vida em comparação aos efeitos colaterais das abordagens tradicionais. A atuação simultânea dessas novas drogas sobre diferentes receptores moleculares pode reduzir as chances de novas mutações e recidivas da doença. Como resultado, muitos pacientes conseguem retomar atividades diárias e parte de sua autonomia, mesmo durante o tratamento.
Principais formas de diagnóstico e acompanhamento do câncer de pulmão
O rastreamento e diagnóstico precoce são fundamentais para aumentar as chances de sucesso no tratamento do câncer de pulmão. Entre os métodos mais utilizados, destacam-se:
- Radiografia do tórax: exame inicial para identificar alterações pulmonares.
- Tomografia computadorizada: detalha as imagens e revela nódulos menores.
- PET-Scan: detecta comprometimento em outros órgãos.
- Biópsia pulmonar: confirma a presença de células malignas.
Esses exames são seguidos por avaliações contínuas, especialmente em pacientes em tratamento ou acompanhamento pós-terapêutico, para verificar a possível ocorrência de recidivas ou avanço do tumor.
Prevenção e cuidados essenciais para reduzir o risco
Apesar dos avanços científicos, a prevenção continua como instrumento relevante na redução dos casos. Abandonar o tabagismo, evitar exposição a poluentes e agentes tóxicos e buscar acompanhamento médico regular são medidas essenciais. Em grupos familiares com casos de câncer, o aconselhamento genético pode ajudar na identificação precoce dos riscos.
- Evitar o tabaco e ambientes poluídos.
- Manter acompanhamento regular com exames de rotina.
- Adotar hábitos de vida saudáveis, incluindo atividade física constante.
- Atentar para sintomas persistentes, buscando avaliação médica sempre que necessário.
Com essas ações, é possível não apenas reduzir a incidência da doença, mas também favorecer seu diagnóstico em fases precoces, ampliando as opções de tratamento e a qualidade de vida dos pacientes.










